Santa Maria, a negligência como fatalidade

juremir

Toda vez que uma tragédia como a de Santa Maria acontece, chocando o mundo, os responsáveis logo falam em fatalidade.

E os laudos falam em sistemas de segurança inadequados ou vencidos.

Há sempre um alvará caduco, um extintor que não funciona, saídas de emergência inexistentes ou trancadas, sinalização deficiente, excesso de pessoas no recinto, procedimentos incorretos e improvisação.

Como usar um sinalizador num ambiente forrado como uma espuma protetora acústica altamente inflamável e capaz de liberar fumaça tóxica?

Os proprietários não sabiam que a banda usaria o sinalizador?

Não sabiam da espuma inflamável no teto?

Não houve uma reunião prévia para falar disso?

A fatalidade tem outro nome: negligência.

A negligência tem uma consequência: responsabilidade.

 

JUREMIR MACHADO DA SILVA

CORREIO DO POVO

Postado por Juremir em 28 de janeiro de 2013 – Cotidiano



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8 respostas

  1. Como confundem as coisas neste Blog….

  2. Do blog noite.wordpress.com :

    A rede da morte em Santa Maria, RS, BR
    by noite
    Depois do infortúnio, buscam-se os culpados. No caso do incêndio da Boate Kiss, que levou à morte 231 jovens, o Prefeito de Santa Maria, Sr. Gerson Schirmer disse, em entrevista concedida para a j. Sandra Annemberg, da Rede Globo e para quem mais quisesse ouvir, que não poderia opinar sobre a segurança da boate, que tinha apenas uma porta, que servia de entrada e de saída concomitantemente, porque esse “era um assunto técnico”. Trata-se de uma opinião canalha, temerária e oportunista. Melhor entrevistar uma enguia.

    Foram presos integrantes da banda não-me-importa-qual e também um ou dois dirigentes da boate. Ninguém prendeu, contudo, o Sr. Prefeito, a quem cabe, no papel de gestor fiscalizar as casas/locais de entretenimento, cobrando a segurança devida, nem o Impávido Sr. Chefe do Corpo de Bombeiros, para quem cabia o papel de liberar alvarás para que tais eventos ocorressem. Apenas ambos fizeram o papel de comoção habitual, enquanto as famílias rezavam seus mortos, esmagadora maioria de jovens universitários, especialmente da Universidade Federal de Santa Maria – UFSM.

  3. O Juremir viaja né! Ele responde, pergunta o que ele já respondeu e depois responde novamente. Principalmente quando ele usa esta palavra chave da área de cultura e entretenimento no Brasil: Improviso. Esta responde tudo.

    Já fiz muitos destes shows e com meu conhecimento de causa vou tentar tirar umas dúvidas.

    Como usar um sinalizador num ambiente forrado como uma espuma protetora acústica altamente inflamável e capaz de liberar fumaça tóxica?

    Usou o sinalizador pra chamar a atenção na louca busca pelo sucesso e fama a qualquer custo (algo muito cultuado em nossa sociedade) tudo sem saber nada sobre materiais inflamáveis nem tóxicos, muito provavelmente.

    Os proprietários não sabiam que a banda usaria o sinalizador?

    Os proprietários contratam essas bandas, que funcionam apenas pra animar a festa, pois são como som mecânico colocado pelo DJ numa festa, apenas mais uma atração pra garantir que a noite se estenda mais e que as pessoas bebam mais e gastem mais. Eles (os proprietários) não querem nem saber o que eles vão fazer, apenas contratam porque sabem que eles estão fazendo shows pela região (ou contrataram uma vez como experiencia) e dá certo, conseguem agitar a galera. Só isso importa pra eles. Além do que, com certeza cobram uma micharia pra tocar, porque provavelmente os músicos tem outras empregos e só complementam a renda com esses shows. Não são profissionais (taí mais um culpado nesta história toda, a maldita OMB que não fiscaliza nem nunca fiscalizou a categoria com seriedade). E o público nem nota nada, inclusive nem deviam estar olhando pro palco quando pegou fogo, o que deve ter atrasado mais ainda a fuga.

    Não sabiam da espuma inflamável no teto?

    O proprietário sim, a banda muito provavelmente não. Acho que, por isso estão indiciando o roadie também, que é quem se responsabilizaria pelos detalhes técnicos (provavelmente mais um amador)..

    Não houve uma reunião prévia para falar disso?

    Com certeza que não. Já ta respondido acima. nem na passagem de som deve ser feito um teste, até pra economizar os fogos, que o cachê mal paga.

    O Brasil é um grande time de futebol com todo time sempre escalado na hora de jogar.

  4. Muito pouca coisa no Brasil é feito de acordo com normas de segurança. Ninguém quer seguir as normas, as leis.
    O Motorista não usa cinto, não pede para seus passageiros usarem não colocam suas crianças em cadeirinhas e superlotam seus carros e além de tudo isso bebem e dirigem.
    A boate esta lotada, uma fila imensa na rua espera a vez de entrar, nesta hora ninguém quer saber de segurança, não importa se esta super lotada todo mundo quer entrar, dançar e beber….ninguém observa em caso de tumulto por onde vai sair. Ninguém cuida da sua própria segurança.
    Há algum tempo fui assistir com minha neta de 6 anos a peça ” Pequeno Principe ” no Teatro do Bourbon Country escolhi um lugar que ela enxergasse bem. Vi que algumas pessoas chegavam e ficavam paradas na porta de entrada. Qual não foi minha surpresa quando um pouco antes do início do espetáculo entraram vários funcionários do teatro com cadeiras de abrir e as colocaram no corredor do teatro para que aquelas pessoas que estavam de pé na porta sentassem. Eu fiquei pasma com tanta irresponsabilidade e ganância, se acontecesse alguma coisa aquelas cadeira atrapalhariam a saída das pessoas.
    Eu olhei ao redor para ver como escaparia nesse caso, e onde eram as saídas de emergência.Fiquei indignada com isso. Minha neta assistiu a peça no meu colo pois as cadeiras toldaram sua visão….é assim que as coisas acontecem…..

  5. Se já é absurdo falarem em fatalidade, imagina se não tem gente dizendo que as prisões são “midiáticas” http://www.sul21.com.br/jornal/2013/01/quatro-pessoas-detidas-por-tragedia-em-santa-maria-legislacao-e-falha-diz-engenheiro/

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