Número de latrocínios cai quase metade desde a chegada da Força Nacional em Porto Alegre

Correio do Povo analisou indicadores de criminalidade em período que antecede atuação de policiais na Capital

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Número de latrocínios cai quase metade desde a chegada da Força Nacional em Porto Alegre | Foto: Mauro Schaefer / CP Memória

Dentro do carro estacionado em frente ao colégio Dom Bosco, na zona Norte de Porto Alegre, Cristine Fonseca Fagundes, 44 anos, foi morta a tiros em uma tentativa de latrocínio. A filha, de 17, também estava no veículo e presenciou o ataque dos três criminosos e o assassinato da mãe. Cristiane tinha ido buscar o filho mais novo, de 12 anos, na escola. Naquela noite, 25 de agosto de 2016, mais uma família porto-alegrense era vítima da onda de violência.

O crime foi o estopim para que o governo do Estado solicitasse o auxílio da Força Nacional. Assim como Cristine, outras quatro pessoas morreram só naquele mês vítimas de latrocínio (roubo seguido de morte). Sendo que de setembro de 2015 a agosto de 2016 – ano que antecedeu a chegada da Força Nacional – foram 42 mortes decorrentes de roubos na capital gaúcha. Três dias após a mãe ser morta em frente à filha, 120 agentes da Força Nacional desembarcaram em Porto Alegre. Seis meses depois, o número de agentes aumentou para 200. Eles atuam em conjunto com a Brigada Militar e a Polícia Civil.

O número de latrocínios no ano seguinte caiu quase pela metade. De setembro de 2016 a agosto de 2017, 22 pessoas morreram durante assaltos. A Secretaria de Segurança Pública do Rio Grande do Sul (SSP-RS) atribui a redução do crime a ações integradas e, principalmente, ao reforço na segurança. Além da Força Nacional, neste período 1.018 policiais foram integrados à Brigada Militar e 500 agentes à Polícia Civil.

“Reforçamos a segurança com a formação de policiais militares e civis. Além disso, realizamos a Operação Pulso Firme que buscou desmantelar o crime organizado. Foi uma série de medidas que refletiu na queda dos indicadores”, explicou a SSP por meio da assessoria de imprensa. Mesmo com o reforço na segurança, a presença da Força Nacional foi prorrogada por mais seis meses. Assim, eles deverão ficar, no mínimo, até junho de 2018 auxiliando no policiamento.

A reportagem analisou seis indicadores de criminalidade, disponíveis no site da Secretaria de Segurança Pública. Além do latrocínio, homicídio, furto, furto de veículo, roubo de veículo e apreensões de entorpecentes também tiveram redução. No ano que antecedeu a chegada da Força Nacional, foram 670 homicídios dolosos, sendo que no ano seguinte, foram 625. Furtos caíram de 31.269 para 27.740. Já os furtos de veículo foram de 4.011 para 3.172.

A Força Nacional

Desde que chegou a Porto Alegre, a Força Nacional atuou em três frentes: em ações de visibilidade, depois em áreas periféricas e, especificamente, em áreas de alta incidência de homicídios, como regiões do Rubem Berta, Grande Cruzeiro do Sul, Restinga e Lomba do Pinheiro. A maioria das ações é integrada com a Brigada Militar e a Polícia Civil.

A Força Nacional surgiu em 2005, através do decreto federal 5.289, inspirada na Força de Paz da Organização das Nações Unidas (ONU). Com o lema “Preparados para Tudo”, a tropa é subordinada à Secretaria Nacional de Segurança Pública do Ministério da Justiça.

Raphaela Suzin / Correio do Povo



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2 respostas

  1. Este titulo é meio confuso,afinal foi tal força de 200 homens que supostamente ajudou na diminuição de latrocinios ou a entrada em serviço de mais policiais civis e militares ? Na minha opinião estes numeros não correspondem a realidade do que se vê no que sai nos noticiários e fora o que não sai.

  2. “mais uma família porto-alegrense era vítima da onda de violência”.

    Não gosto da forma despersonificada com que se escreve sobre os criminosos. Na verdade a família foi vítima de um criminoso, foi vítima de um assassino e não de uma “onda de violência”.

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