“Ter carros estacionados na rua é uma decisão política”, diz ex-prefeito de Bogotá

Trago aqui a belíssima cobertura, feita pelo jornal digital SUL 21da palestra do ex-prefeito de Bogotá, Enrique Peñalosa, proferida ontem na série  “Fronteiras do Pensamento”.

Urbanista, Enrique Peñalosa foi prefeito da capital da Colômbia entre 1998 e 2001 | Foto: Ramiro Furquim/Sul21

Prefeito de Bogotá entre 1998 e 2001, o urbanista Enrique Peñalosa defende que os carros cedam cada vez mais espaço para passeios públicos, ciclovias e transporte público. Isto inclui restrições ao uso de carros, como a proibição do estacionamento em determinadas regiões das cidades. “Calçadas são um direito do cidadão. Ter carros estacionados é uma decisão política. Não há nada técnico, nem legal que obrigue a ter vagas. Estacionar não é um direito constitucional”, disse, durante palestra em Porto Alegre, na noite desta segunda (18), parte da programação do Fronteiras do Pensamento.

Peñalosa afirmou que só a restrição ao uso de carros diminuiu os engarrafamentos em cidades como Londres e Zurique. Segundo ele, nem os 1,8 mil quilômetros de metrô da capital britânica seriam capazes de diminuir o alto fluxo de veículos automotores, o que foi conquistado com a cobrança de taxas para circular em certos locais, ou rodízios. “A política de transporte público em cidades como Nova Iorque e Londres pensa em como reduzir o número de carros. Em cidades como Bogotá, São Paulo ou Porto Alegre os secretários de Transporte sempre pensam em como facilitar a circulação de carros, o que não dá certo”, disse.

Como exemplo do que disse, mostrou que a maioria das grandes cidades dos Estados Unidos tem quilômetros e mais quilômetros de autopistas e as estatísticas revelam que isto não diminui os engarrafamentos. Ao contrário, elas estimulam ainda mais o deslocamento de automóvel. “Tratar os engarrafamentos com vias maiores é como apagar fogo com gasolina”, resumiu.

Peñalosa: “Em uma boa cidade, as pessoas estão do lado de fora, não em shopping centers” | Foto: Ramiro Furquim/Sul21

Calçadões, ciclovias e transporte público tornam cidades igualitárias, defende Peñalosa

Enrique Peñalosa afirmou que nas sociedades capitalistas a igualdade possível não dá a todos as mesmas posses, mas procura dar a todos tratamento igualitário. Por isto, as prefeituras devem criar espaços “peatonais” – palavra do espanhol, que designa ruas exclusivas para pedestres, ou “calçadões” – e ciclovias, além de estimular o transporte público. Peñalosa afirmou que os espaços para pedestres devem ser a prioridade. “Em uma boa cidade, as pessoas estão do lado de fora, não em shopping centers. Em uma boa cidade, não vamos de carro comprar pão e leite. Somos pedestres, necessitamos caminhar”, disse.

Ele mostrou no telão fotos de grandes passeios públicos que criou nas zonas periféricas de Bogotá, passeios enormes, de 24 quilômetros. “É muito fácil fazer. Não tem nenhuma sofisticação”. Também mostrou uma ciclovia verde, uma espécie de parque vertical, que se estende por 35 quilômetros na capital colombiana. Ao todo, fez 500 quilômetros de ciclovias em Bogotá, o que fez com que passasse de 0 para 5% o número de habitantes que se locomove diariamente de bicicleta na metrópole. “Ainda é muito pouco, mas são 350 mil pessoas todos os dias”.

“Um cidadão com uma bicicleta de US$ 30 tem a mesma
importância que um cidadão em um carro de US$ 30 mil.
Isto é igualdade” 

Peñalosa afirmou que em cidades democráticas as bicicletas têm a mesma importância que os automóveis. “Numa cidade com ciclovias, um cidadão com uma bicicleta de US$ 30 tem a mesma importância que um cidadão em um carro de US$ 30 mil. Isto é igualdade”. O urbanista foi muito aplaudido quando sugeriu: “Imaginem se Porto Alegre tivesse 100 quilômetros de ciclovias em frente a este rio maravilhoso. Se tornaria conhecida em todo o mundo por isto”.

A mesma defesa fez quanto aos passeios públicos. Ele explicou que os mais endinheirados frequentam clubes, cinemas, entre outros espaços privados, ao passo em que o lazer dos mais pobres se dá no espaço público. “Sociedades democráticas tem espaços ‘peatonais’ de alta qualidade”. Por isto, o poder público precisa prover a cidade de bons espaços públicos, como boas áreas verdes, como praças e parques, beiras de cursos d’água, além de boas calçadas. “Muitas pessoas pensam que as calçadas são parentes das ruas e há lugar para carros estacionados e pedestres em cima das calçadas. Calçadas são para olhar a rua, conversar, caminhar com segurança. Elas são parentes das praças”.

Ele também considera o uso de transporte público mais democrático, lembrando que um ônibus carrega dezenas de pessoas a mais que um carro. Peñalosa afirmou que em cidades como Amsterdã e Copenhague até mesmo empresários usam o transporte público, porque vivem em sociedades mais igualitárias, além de privilegiaram ciclistas e pedestres. “Na Dinamarca e na Holanda empresários usam transporte público; na Espanha, não. Isto ocorre porque os dois primeiros países estão entre as sociedades mais igualitárias do mundo. Isto se reflete no modo como as cidades se organizam”.

Para o urbanista Enrique Peñalosa,
calçadas são “parentes das praças” e não das ruas 

Ônibus precisam ser prioridade

“Como temos democracia, ônibus devem ter prioridade sobre os carros”, disse Peñalosa. Ele defendeu que se tenha muitos espaços exclusivos para ônibus nas ruas das cidades. Ele exemplificou dizendo que em uma hipotética escassez de combustível, a prioridade seria o transporte público. “O mesmo ocorre quando falta espaço nas cidades. Ônibus enfrentar engarrafamento é irracional”. Ao mostrar uma foto em que um ônibus tem um corredor exclusivo a sua frente e, ao lado, carros estão trancados, brincou. “Isto é um símbolo da democracia”.

O urbanista esclareceu, contudo, que não é contra o uso de carros. “Não sou um radical anti-carro. No final do século XX, as pessoas perceberam que cometemos erros. Carros são maravilhosos. Sou contra que todos usem ao mesmo tempo. Defendo que é preciso cobrar impostos para quem usa carros em determinados horários e locais”.

Cidades em que a prioridade é do transporte público
“não são uma ilusão hippie”, garante ex-prefeito de Bogotá

Peñalosa também defendeu que as cidades apostem mais em ônibus do que em metrô, por diversos motivos. Um deles é que o metrô é caro, e os BRTs (Bus Rapid Transit), por exemplo, apenas tomam para si espaços entre os milhares de quilômetros de vias já construídos nas grandes cidades. Outro fator é de qualidade de vida. “Por que meter os usuários embaixo da terra?”, questionou. Além disto, ressaltou que mesmo em Londres, com seus 1,8 mil quilômetros de metrô, os ônibus carregam 1 milhão de pessoas a mais que o transporte subterrâneo.

“Uma boa cidade não é aquela em que até os pobres andam de carro, mas aquela em que até os ricos usam transporte público”, disse, ao finalizar a palestra. E ressaltou: “Cidades assim não são uma ilusão hippie. Elas já existem”.

SUL 21



Categorias:Bicicleta, ciclovias

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78 respostas

  1. Na minha opinião estacionar nas ruas deveria ser proibido. Quem tem carro tem que arrumar um lugar para estacioná-lo sem que seja nas ruas. Que paguem garagem sei eu lá o que. Quando eu dirigia, meu carro jamais ficou estacionado na rua, quando precisava ir ao centro de carro eu o estacionava naquela garagem que existe há décadas na rua da Ladeira ou seja Gen. Câmara.Tinha garagem porque morava numa casa, quando me mudei para o condomínio onde moro não havia box suficiente para todos os moradores como não não tem até hoje, então eu pagava garagem. Quem tem carro tem que ter ônus, tem que pagar o preço.É muito facíl estacionar em qualquer lugar e atrapalhar a vida dos outros.

  2. Se estivéssemos fazendo o melhor, então estaríamos melhores.

  3. Proibir completamente o estacionamento de carros nas ruas só iria prejudicar os cidadãos das classes médias, já que os mais ricos teriam condições de pagar, sem problemas, estacionamentos caríssimos. Além disso, isso mataria completamente (o que resta) o comércio de rua, pois todos migrariam para o comércio fechado em Shoppings, onde o preço de estacionar seria subsidiado pelos logistas.

  4. Pessoal, olhem só, nesse vídeo, o caos na mobilidade urbana de Amsterdã:

  5. O grande problema é a qualidade do serviço. Pegar ônibus em POA é um grande estresse. Passei alguns mesese sem carro, e, olha, foi difícil. Para ir da minha residência (bairro auxiliadora) até onde trabalho, no bairro Praia de Belas, para começar, não existe ônibus direto. Então você tem que descer, pegar outro. Todos sujos, às vezes lotados, lentos, atrasados. Daí vou para ZS na casa na namorada, mesma coisa, só que pior, ULTRALOTADOS, imudos (Ouviu, dona STS?), fora a demora de 5, 10 minutos para conseguir o bendito ônibus…fica difícil incentivar as pessoas a usar tal serviço. Um carro velho, 1.0, sem rádio e caindo aos pedaços te dá mais conforto e leva mais rápido do que qualquer ônibus de POA, talvez salvo aqueles que transitem exclusivamente em corredores. Para exemplificar, o trajeto Auxiliadora-Praia de Belas eu fazia,de ônibus, num dia bom, em 25/30minutos. De carro não levo 9. Se não melhorar, e MUITO o serviço, não tem cristo que convença o pessoal a voltar a usar transporte coletivo.

  6. Como um todo achei as idéias dele muito boas, apesar de discordar quando diz para apostar mais no ônibus do que no metrô. O metrô já está atrasado em POA há pelo menos 40 anos. Mas enquanto ele não vem – e, a julgar pelas obras em andamento que se arrastam por anos nesta cidade, quando o metrô começar a ser construído vai levar no mínimo uns 10 anos para ficar pronto- é necessário sim qualificar o sistema de transporte de ônibus na cidade que está horrível.

  7. Interessante essa discussão, pois Curitiba, a meca dos BRTs, é a única capital das regiões Sul e Sudeste do país que perdeu passageiros do sistema de ônibus. Entre 2008 e 2011, a cidade registrou uma redução de 14 milhões de usuários pagantes transportados – o número de passageiros passou de 323,50 milhões para 309,50 milhões. Nas outras capitais a quantidade de pessoas que utilizam o transporte público coletivo aumentou ou, pelo menos, manteve-se estável. Aqui há algumas possíveis causas pra essa perda:

    http://www.gazetadopovo.com.br/vidaecidadania/conteudo.phtml?id=1261341

    Falta de investimento no sistema e aumento do poder aquisitivo da população. Provavelmente a falta de diversidade de modais de transportes também.

    • Opa! Isso aí é uma informação importante! Obrigado por trazê-la! É de se pensar… estou começando a concordar com o Julião.

    • E agora José?

    • E Curitiba tem uma das maiores frotas de automóveis entre as cidades brasileiras: 1,2 milhão de automóveis para 1,8 milhão de pessoas.

    • É sabido que as últimas administrações de CWB largaram os investimentos em transporte público. Porisso que o trânsito lá está o horror que vi na última vez que fui à cidade. Mas ainda assim o sistema deles é de maneira geral melhor que o nosso.

      • Aqui em Curitiba não há lotações, por exemplo; tampouco trens ligando a capital a outras cidades da região metropolitana; o número de táxis está defasado. Tudo isso deixa muito limitado o transporte público. Não sei se está melhor ou pior que o de POA. Creio que é muito difícil uma análise nesse sentido atualmente, haja vista que apertos, desconforto e atrasos são reclamações frequentes em toda a parte. E, de fato, o caos no trânsito está em níveis paulistanos por aqui.

        • Faz um bom tempo que não vou a Curitiba. Vou passar uns dias aí na semana que vem. Pelo menos algumas fotos vou trazer pra nós.

        • Será muito bem-vindo, Gilberto. Aproveite principalmente a diversificada gastronomia da cidade; dê uma passada no Mercado Municipal, que, na minha opinião, é o que há de melhor em Curitiba, e tome um café no Café do Mercado. Excelente.

  8. Mais um demagogo surfando na popularidade das bicicletas. E como bem manda a regra, criando no país uma luta de classes: motoristas de carro malvados X passageiros de ônibus bonzinhos.
    Quanta bobagem, quanta mediocridade. O que as pessoas querem é se locomover. Se um número expressivo de cidadãos prefere andar de carro é porque o transporte público é uma merda. Atacar os carros tornando a vida dos motoristas um inferno não vai melhorar o transporte público. Os ônibus vão continuar lotados, caros e atrasados. Se eles quisessem de fato defender o transporte público, trabalhariam para melhorar a qualidade deste, construindo metrô e VLTs, melhorando a qualidade dos ônibus e lotações. Mas não, o verdadeiro objetivo dessa gente é promover a boa e velha luta de classes ao atacar os carros, e a legião de zumbis acredita que essas duas medidas se equivalham.

    • Exatamente, a ordem de prioridade deveria ser: metrô, aeromóvel ou monotrilho, vlt ou similar (bondes modernos), brt, ônibus comum, microônibus (lotação), carros, motos e bicicletas. Acho que ele deve ser amigão daquele engenheiro que andou trombeteando as vantagens dos ônibus em alguns posts passados, Eduardo Vasconcelos se não me falha a memória. Ou seja, mais um lobbysta puxando a brasa para a sua sardinha.

      • É a nova onda: o Estado é pobre, tem outras prioridades e os metrôs custam caro, então aceitem um sistema transporte público ruim, que para compensar vamos dificultar a vida de quem tem carro, assim todos ficam na M.

    • Obvio. Afinal não é demagogia fazer uma ponte para empurrar a tranqueira dos carros para o próximo cruzamento. Em São Paulo provaram que investir em automóveis funciona.

  9. Exatamente, todo a valorização das idiotices desse cara vem porque ele se diz apreciador de bicicletas e ciclovia e como as bicis estão na moda, o cara é o cara. Mas, mesmo ele recochece que esse sistema de transporte atinge um número ínfimo e irrelevante de pessoas. Ou seja, o que importa mesmo é o transporte público e o sistema de transporte público que ele VENDE é ineficiente, inoperante, sujo e feio.

    • Óbvio, vender algo impagável faz mais sentido. Aguarde quanto tempo a pmpa vai ter grana pra fazer a linha de metrô na bento, que já foi planejada.

      • Não acho que construir metrôs seja impagável no Brasil. Países desenvolvidos começaram a erguer sua rede de transporte público subterrâneos quando eram bem mais pobres que nos hoje, porque não podemos fazer isso também. Aliás o RS começou a construir um rede ferroviárias a mais de século atrás, por que dispensava uma parte maior do seu orçamento a objetivos a longo prazo e não soluções mediocres.

        • É verdade… Buenos Aires inaugurou um metrô a cem anos atrás e está funcionando até hoje. Naquela época não havia trenas laser, GPS, CAD, calculadoras…

        • É impagável esperar que vai ter uma rede enorme de metrôs. Inclusive esse ponto é importante, naquela época que BA fez seu metrô era mais barato fazê-lo e a estrutura do Estado era muito diferente.

          O fato é que hoje só é viável da maneira que está sendo feito, com dinheiro do governo federal.

    • O que pode estar acontecendo é que a prefeitura e os meios de comunicação estão explorando a posição dele sobre os ônibus e esquecendo do cerne da questão que é melhoria do transporte público, racionalizando linhas, integrando, melhorando o conforto…

      É uma forma de usar trechos do que ele fala para apoiar o que existe hoje me PoA.

    • 350 mil pessoas não é ínfimo.

      • De uma cidade de mais de 7 milhões de pessoas e comparado aos outros meios de transporte, me desculpa, mas é ínfimo.

        • cidade de 7 milhões? Isso é quase a população do estado. A grande POA tem 4 milhões. Ou seja, 10% da população. Sendo que grande POA inclui até Parobé, onde ninguém tem a menor necessidade de andar de carro mesmo,, vão a pé pro trabalho.

          Sim, conheço bem a cidade.

        • E quem comprova esses números?

    • Esse xiitismo bicicletario ja esta enchendo o saco. Eta povo chato esse. Prq eles gostam de alguma coisa se acham no dever de enfiar guela abaixo do resto da populacao. Agora esta na moda o tal de “sustentavel” outra tentativa em travar o desenvolvimento, mesma coisa que o aquecimento-global, super-populacao, “biciclesticismo”..etc………Quem sabe para melhorar as areas centrais das metropolis brasileiras nao deveriam investir e se preocupar mais com a seguranca publica ou limpeza e manutencao de ruas e areas verdes? fazer algo para conter o vandalismo, remover mendigos e ambulantes?..etc..mas nao, bicicletas e’ o que esta na moda!! OS CALHORDAS DA ESQUERDA SAO REALMENTE MUQUIRANA!!!!

      • Nossa! Que revolta! Eu não uso bicicleta nem como meio de locomoção nem como forma lazer, mas dai a ficar revoltado pois existem pessoas que o querem fazer é meio exagerado. Sinceramente, mesmo que seja modismo ou qualquer coisa parecida, não me afeta. Típica discussão a la grenal.

      • Eu não sou ciclista assíduo e não sou de esquerda, mas sei que me enquadrar em algum estereótipo é mais confortável para quem discorda de mim.

  10. Igualité, liberté e bicicleté… Essa politização da bicicletagem me causa náuseas.

  11. Alguém avisou a ele que desde que os ônibus obtiveram a supremacia do transporte público em subsituição ao transporte sobre trilhos os automóveis se multiplicaram geometricamente e que Poa conta com corredores de ônibus há mais de 30 anos e isso não tem ajudado a diminuir a migração de cidadãos do transporte público para os automóveis.

    • A culpa está longe de ser dos ônibus e sim de toda uma cultura de valorização do automóvel, que finalmente está dando sinais de mudança.

      • Cultura de valorização do automóvel é um coisa que nao existe em Poa, pelo menos em teremos de obras públicas, pois em 30 anos tivemos apenas uma obra viária relevante, a contrução da Terceira Perimentral, quando no mesmo período foram fechadas várias ruas ao trânsito de carros e diminuiram-se as vagas de estacionamento nas ruas para execução de corredores, mas mesmo assim, os carros crescem aos borbotões.

        • Os corredores não foram resultados de cultura popular, mas de planejamento do governo municipal. As pessoas acham que carro é simbolo de status e todos sonham em ter um, e agora o governo federal ajuda eles com redução de IPI. Isso sim é política demagoga, estimular a vendea de carros sem a menor possibilidade de construir infraestrutura que suporte.

        • O governo pode reduzir o IPI, porque já cobra impostos demais sobre os automóveis, ou seja já arrecada bastante e poderia, com esse dinheiro, fazer toda a infraestrutura que precisamos, tanto viária, como de transporte público.

        • como eu disse, não subestime o poder da negação. O governo cobra impostos de mais embutidos na tarifa de ônibus ou na própria obra do metrô, mas nada disso interessa certo? E a falta de infraestrutura para automóveis não interessa, certo?

      • claro, as pessoas querem comprar um carro absurdamente caro e desconfortavel (celtinha, Mille, Gol, lixos caros..) por que amam esses lixos, e não por que a passagem de onibus custa caro, o onibus é lotado e desconfotavel, demorado e cheio de tchum tcha..
        haha

        • As pessoas não usam ônibus mesmo quando ele é confortável .Esse papo que todas linhas são lotadas é mentira e ponto, sei por que uso.

          Quer prova? A demanda por lotações é baixa. Vivemos numa cidade que quer ser densa mas todos querem morar na região de alta densidade e ir de carro para o trabalho. Isso é uma insanidade. Um colega meu já disse que podia pegar lotação na frente de casa e descer na frente do trabalho, mas por que se pode se dar o luxo a ir de carro?

    • Pessoal, ônibus entra em qualquer lugar. Se eu tiver que caminhar mais de 500 metros para usar o transporte coletivo, vou usar o carro – não tem jeito. Hoje eu caminho 100 metros e pego um ônibus e no destino é quase o mesmo. Se fosse algo como um metrô, provavelmente teria que caminhar mais de 2 km até o transporte – e isto é *muito ruim*.

  12. Discordo dele em relação aos ônibus. É muito mais confortável andar de metrô, por milhares de motivos. Sem falar no impacto ambiental. A alternativa para o metrô, quando não há tanta demanda deveria ser aeromóvel, VLT, monotrilhos, tram, etc.

    • Com certeza metrô é melhor. Tens que ver que primeiro ele está vendendo o peixe dele em Bogotá, depois é uma questão de praticidade pois devido ao custo e difiuldade da obra, vamos demorar muito para ter uma rede grande de metrô. O brt é o que dá para fazer HOJE.

    • A questão é que ônibus entra em qualquer lugar em que exista uma rua já feita. Só para exemplificar, existem algumas linhas de ônibus circulando pela Bom Jesus que tem ruas muito estreitas e certas vezes extremamente ingrimes.

      • Não adianta argumentar, tem alguns em negação pois precisam justificar seu vício em automóvel.

      • Exatamente por chegar em qualquer rua ou bairro, o ônibus é um meio suplementar aos metrôs, para abastece-lo de passageiros. Agora achar que um ônibus substitui o metrô como tronco principal de um sistema de transporte é uma grande besteira.

        • Talvez tu não tenhas entendido da forma correta. Ônibus não substitui metrô, assim como metrô não irá substituir os ônibus *nunca*. Tudo é uma questão de demanda, preço, relevo, etc, etc.

        • Aí é que está, ele acha os ônibus, através dos sistema que chamado de BRTs, substituem os metrôs.

    • Bernardo, talvez não seja do tempo do bonde, mesmo porque essa palavra causa frisson em alguns, mas temos os VLTs, usados Europa. Porquê TEM QUE SER metrô caro???

      • Corcordo. Porque não transformar os corredores de ônibus em linhas modernas de VLTs. Com certeza muito mais confortáveis e eficientes que ônibus e de implantação muito mais barata e rápida que metrôs.

  13. “É muito fácil fazer. Não tem nenhuma sofisticação” – me parece que Porto Alegre tem a tendência de fazer coisas complicadas e caras.

    Me lembro dos decalques das paradas de ônibus, no entanto para a EPTC o certo é ter telas de LCD, GPS no ônibus e uma rede de telecomunicações! há dinheiro sobrando? Vai ter telas em todas as paradas até no morro?

  14. Amo esse cara kkk

  15. Ônibus = símbolo da democracia.

    KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK

    Mais um perfeito idiota latino americano.

    • Uma característica dos idiotas latinos americanso é culpar os outros (que já foram os ricos, mas hoje são os donos de automoveis) pelos seus problemas. Está aí a causa do eterno subdesenvolvimento latino americano.

    • Julião, acho que esse é o caso de dosar a crítica. Trem e metrô é infinitamente melhor que ônibus, sem dúvida! Mas uma rede integrada e bem organizada de ônibus com backbones, alimentadores, linhas rápidas e circulares melhora muito o transporte.

      As soluções dele não são as ideais, mas é infinitamente melhor do que temos hoje me Porto Alegre.

      • O problema é que o “remédio” que ele propõe já estamos tomando a décadas e ficando cada vez pior. Será que não está na hora procurarmos um tratamente de longo prazo, mas efetivos?

        • Concordo plenamente! Sou totalmente a favor do trem, metrô, aeromóvel! Só me preocupa uma ira contra alguém que incentiva transporte público e ciclovias.

        • Não, eu tem uma ira contra os BRTs. Só esse nome em inglês para corredores de ônibus já me deixa P. da vida.

        • Entendo Julião… Também não gosto dos corredores de ônibus, principalmente os de PoA que são terrivelmente caros e melhoram muito pouco o transporte.

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