ESQUELETO – Prédio inacabado há 60 anos em discussão na Cedecondh

Há mais de 60 anos enfeiando o centro

Há mais de 60 anos enfeiando o centro. Foto: Gilberto Simon

A reunião da Comissão de Defesa do Consumidor, Direitos Humanos e Segurança Urbana (Cedecondh) da tarde desta terça-feira (28/4) discutiu a situação do Edifício Galeria XV de Novembro, localizado no centro da Capital, na rua Marechal Floriano, nº 18. Além de inquilinos e proprietários de lojas no prédio, estiveram presentes representantes da Secretaria Municipal de Obras e Viação (Smov), Secretaria Municipal de Indústria e Comércio (Smic), Procuradoria Geral do Município (PGM), Fundação de Assistência Social e Cidadania (Fasc) e Brigada Militar.

Popularmente conhecido como “esqueleto”, o prédio tem cerca de 60 anos a contar do início da sua construção, que até hoje está inacabada, com graves problemas estruturais, prenúncio do que pode vir a ser uma tragédia, de acordo com avaliação de vereadores e representantes do Executivo e do corpo de bombeiros que visitaram o local em mais de uma ocasião. O prédio tem 372 salas distribuídas em 23 andares, porém, somente a parte térrea tem lojas e outros estabelecimentos comerciais funcionando.

A advogada Letícia Alfaro, representante da Associação de Proprietários e Inquilinos das Lojas do Andar Térreo da Galeria XV de Novembro, diz que seus clientes estariam sendo prejudicados, pois as melhorias feitas e tentativas de obras para manter uma estrutura mínima de funcionamento têm sido periodicamente destruídas por invasores que residem em outros andares, inclusive pessoas que estariam usando as salas para depósito de mercadorias ilegais.

Segundo Rogério Stocker, da Smic, há interdição do segundo ao oitavo andares do imóvel, informação contestada por usuários do prédio. Luis Ramalho, representante de um proprietário de três conjuntos, diz que seu cliente está impossibilitado de usar ou alugar os imóveis, “não dá nem pra entrar lá, até por uma questão de segurança”. Conforme Ramalho, ainda existem moradores nos andares altos e, apesar de a Smic ter tirado o motor do elevador para impedir as invasões, “eles sobem e descem pelas escadas à vontade”. A Smic afirma não poder interditar o prédio em si, somente reprimir as atividades comerciais ilegais e bloquear o acesso às salas usadas para esses fins.

Carlos Thober, da Fasc, diz que a situação está no âmbito jurídico, “à nós caberia encaminhar os moradores de rua que estão no prédio aos programas da Fasc, mas não podemos invadir o local para retirá-los de lá. Estamos à disposição para fazer esta abordagem no momento em que houver uma decisão judicial de se fazer ação conjunta”. O coronel Jones, comandante de policiamento da Capital, afirma que são graves os problemas com os invasores do prédio, que na corporação é conhecido como “sindicato do crime”. Segundo o coronel, “traficantes e assaltantes usam os espaços como esconderijo e como depósito de mercadorias roubadas e produtos de pequenos furtos”.

Como a solução para a galeria passa por questões jurídicas, envolvendo Smic, Smov e PGM, proprietários e inquilinos, o encaminhamento dado foi uma nova reunião na Comissão em no máximo 30 dias. Já na quinta-feira da próxima semana, se reúnem as partes interessadas na sede da PGM com o procurador-adjunto de Urbanismo e Patrimônio, “que é quem tem poder de decisão nesses casos”, explica Simone Moretto, da PGM.

A Cedecondh é presidida pela vereadora Juliana Brizola (PDT). Também integram a comissão os vereadores Toni Proença (PPS), vice-presidente, além de Ervino Besson (PDT), Marcello Chiodo (PTB), Adeli Sell (PT) e Pedro Ruas (PSOL). Participaram ainda os vereadores Bernardino Vendrusculo (PMDB) e Mauro Zacher (PDT).

Câmara Municipal, 28/04/2009

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Eu não entendo certas coisas: o prédio está inacabado há mais de 60 anos. Uma tragédia pode acontecer a qualquer momento devido a estrutura comprometida do prédio. E a SMIC, SMOV, PGM, ETC…fazem o quê ? Encaram como se fosse mais um problema burocrático entre tantos? Por quê não interditam o prédio de uma vez ? O Poder Público não é autoridade máxima em caso de perigo para a população ??????  E se algo acontecer de grave, de quem será a culpa ?  E a Defesa Civil, onde entra ? Por quê não tomam uma providência antes de uma tragédia, até porque depois não vai adiantar nada mais, só ir no enterro das pessoas que morrerão e chorar PELO DESCASO COM A POPULAÇÃO E PARA COM O CENTRO DA CIDADE. ATÉ QUANDO ISSO VAI PERDURAR ?

Neste trecho: A Smic afirma não poder interditar o prédio em si, somente reprimir as atividades comerciais ilegais e bloquear o acesso às salas usadas para esses fins.” – a SMIC não pode, mas outras autoridades podem. Por quê não fazem ??????

Gilberto Simon



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2 respostas

  1. aonde estao os verdadeiros propretarios das salas, eles deveriao entrar com rentrecraçao de pose;;

  2. finalmente mesmo, vou no centro quase todos os dias e me lamento quando olho pro esqueleto

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