Belo Horizonte poderá ter edifício mais alto da América Latina

Projeto de torre de 85 andares em complexo de lazer próximo ao Boulevard Shopping. Investidores internacionais demonstram interesse pelo empreendimento de R$ 2 bi

Paula Takahashi

Prédio de 350 m de altura ficaria ao lado de uma arena multiuso com capacidade para 40 mil pessoas

Oitenta e cinco andares distribuídos em 350 metros de altura, tamanho três vezes e meio superior ao conjunto JK, há 40 anos o edifício mais alto de Belo Horizonte. Os números megalomaníacos, comuns em cidades como Dubai, Tóquio, Hong Kong e Nova York, podem fazer parte do cenário arquitetônico da capital mineira. O Projeto Complexo Andradas, do escritório de engenharia e arquitetura FarKasVölGyi, promete trazer para Minas o maior arranha-céu da América Latina, posto hoje ocupado pelo Trump Ocean Club International, de 300 metros de altura, localizado na Cidade do Panamá. Com ele, também viria o turismo arquitetônico, hoje responsável por mais de um terço das receitas de Dubai, nos Emirados Árabes.

A área com potencial para receber o novo skyscraper – termo em inglês utilizado para definir arranha-céus – está localizada ao longo do Bulevar Arrudas, em um terreno de cerca de 85 mil metros quadrados em frente ao Boulevard Shopping. O secretário municipal de Desenvolvimento, Marcello Faulhaber, reconhece que o projeto já foi apresentado à prefeitura. “A ideia é fazer uma operação urbana nessa região e o terreno citado está sendo estudado, dentro do conceito do plano urbanístico. Entre as opções de destinação do espaço, está esse projeto”, garante o secretário.

Com investimento previsto de R$ 2 bilhões, o complexo arquitetônico incluiria, além da torre de vidro, uma arena multiuso com capacidade para 40 mil pessoas que, além de ser um espaço para realização de eventos esportivos, estaria apta a receber shows e grandes congressos e feiras. Um espaço de entretenimento com 40 mil metros quadrados também está previsto. “A proposta é que seja instalado ali o primeiro cinema Imax de Belo Horizonte. O local teria ainda um teatro e museus, além de uma pista de patinação no gelo. Tudo ligado à cena cultural”, explica Bernardo Farkasvölgyi, diretor do escritório de arquitetura e idealizador do projeto. No total, seriam 500 mil metros quadrados de área edificada, com 10 mil vagas de garagem disponíveis.

A torre gigante será totalmente comercial e somará 100 mil metros quadrados de área de vendas, não sendo dividida em salas, mas sim em andares corridos. “Estamos definindo como andares comerciais, que podem variar de uma área de 800 a 2,2 mil metros quadrados”, calcula Bernardo. A estimativa é de que cada metro quadrado seja comercializado por cerca de R$ 10 mil, via mercado direto. Em paralelo, e ainda sem estimativa de custos, estaria a incorporação das chamadas “torres gêmeas” (leia memória abaixo) ao projeto arquitetônico. “Ambas seriam transformadas em hotéis, sendo uma de três e outra de cinco estrelas”, afirma Bernardo. A pendência judicial com relação à desocupação das torres, no entanto, impede que os dois projetos caminhem juntos.

Viabilidade

O grande passo a ser dado agora é a viabilização econômico-financeira do projeto bilionário. “Estamos buscando os investidores”, afirma Bernardo. “As conversas já estão bem adiantadas com dois fundos imobiliários estrangeiros. Dentro do Brasil, duas construtoras já demonstraram interesse no negócio”, acrescenta o arquiteto. A prospeção de parceiros inclui o Oriente Médio, hoje palco da maior torre do mundo, a Burj Khalifa, em Dubai, com 828 metros de altura. “O que realmente falta é fechar os investidores, que esperamos ser entre três e quatro. Com isso, conseguimos dar um gás importante para viabilizar o projeto”, estima o arquiteto.

A intenção é finalizar as negociações, ainda este ano, para que, até o início de 2013, o projeto siga para aprovação da prefeitura. “Levaria ainda pelo menos mais um ano até a aprovação. Com isso, as obras poderiam ser iniciadas em 2014”, estima Bernardo. O prazo total de construção é de, pelo menos, cinco anos, sendo, portanto, finalizado antes de 2020. “A maior limitação do projeto hoje é o custo. Trata-se de um empreendimento muito caro, com uma carga de arrojo muito grande”, reconhece Bernardo.

Marcello Faulhaber, secretário municipal de Desenvolvimento concorda que, atualmente, o grande impasse recai sobre a viabilidade econômica do empreendimento. “Quando apresentado para nós, o grupo investidor inicial não teria capacidade de tocá-lo”, lembra. Para Fallhauber, é incontestável a importância do complexo. “Para a cidade é inequívoca a necessidade de uma arena para realização de eventos. Além disso, no aspecto arquitetônico e turístico, seria um ganho enorme”, afirma. (Colaborou Pedro Rocha Franco)


JORNAL ESTADO DE MINAS

Também foi matéria dos seguintes veículos:

Diário de Pernambuco

Terra Economia

Skyscrapercity



Categorias:Arquitetura | Urbanismo, Arranha Céus, Prédios, Reurbanização

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32 respostas

  1. gente os investidores ja compraram o terreno do complexo so falta a prefeitura liberar as obras!

  2. muito bacana,tomara que apareca mais construçoes assim. e tirar essa mentalidade pequena de brasileiro.vai ficar doido demais.

  3. Imagina o que acontecerá com os ventos de BH?

    KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKkk

    • Vão acabar, por que prédio alto acaba com os ventos..

      Bóóóó….

      O pão de queijo tambem vai acabar, a cidade não tem capacidade pra produzir tanto pão de queijo…

  4. Acho que não sai, vai ser igual aquele que anunciaram em SP uns tempos atrás. E convenhamos, BH pode ser uma grande metrópole, mas um prédio desses está acima da realidade de qualquer cidade do Brasil.

  5. Que diferença brutal para aquela coisinha horrorosa de Gravataí Este dá gosto de ver, embora ache que não saia.

  6. Duvido muito que esse projeto de BH saia….

    • em nome de jesus vai sai , porke as convesar ja estao bem adantadas. oke ja tem local , e o terreno ja foi ate estudade , entaun ker dizer ke sai do papel sim……………………………….kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

  7. Só não consigo entender como um prédio de digamos que 50 metros de largura e 300 de altura vai tapar os ventos de uma cidade, e uma sequencia de 10 prédios de 30 metros de largura com 45 metros de altura não iria tapar.

    Uma das piores desculpas usadas pelo portoalegrense..
    shshuasuhsahua

  8. tomara que de certo em BH, infelizmente aqui em Poa tem um “bando de velho” contra tudo que seja moderno, “eles” acham que predio alto vai estragar a cidade o que diriam se fossem em NY kkkkk

  9. Interessante que o blog publica prédio alto de outro estado mas não publica o lançamento de Gravataí, aqui do lado. Por favor, né.

  10. Esse render fizeram ficar mais alto que o ESB.
    E olha que este tem mais de 100 andares. Acho que flopa?

  11. Em Gravatai teremos o maior da republica rio grandense..
    sahashuashuashuas

    Mas como tudo no RS é melhor, do por do sol até a luz solar, obvio que esse vai ser o mais alto prédio de 42 andares do mundo, e claro, o mais moderno, o mais melhor, o mais mais, o mais tudo..
    haha

  12. ué, não era em gravataí o projeto do edíficio mais alto da America Latina?

    • O de Gravataí terá 42 andares. E será o mais alto do Rio Grande do Sul apenas. E não da América Latina. Nunca foi dito isso. Além do mais, outros estados do Brasil tem vários prédios com mais de 42 andares…

  13. Enquanto isso na república dos Pampas….

  14. BH poderá ter o maior edifício da AL… e eu não me importo.

    • Mas já que as ou a Imcorporadora vai fazer 3 Torres junto à Rodoviária (que está um escândalo!!!) poderia fazer uma “baita (gaúcha..) Torre se é os que pensam que temos mania de grandeza. Nós somos grandes pelo que somos e não pelo que mostramos. O povo Gaúcho ERA educado, bem vestido (estilo europeu) falava bem e era invejado… hoje o que nos tornamos???? mal educados, crianças sem futuro, turísmo à deriva, governos sem obras relevantes e por ai vai…. mas somo gaúchos com certeza!!!)

  15. É outro nivel.

    Enquanto isso, em Porto Alegre, querem fazer da cidade um sitio..
    haha

    • toda semana agora tem um post mimimi “só nós não temos espigão”. um dia vocês superam essa fixação.

      • E um dia tu supera essa fixação por ecoxiitismo, vai descobrir o lado bom do desenvolvimento de uma cidade, da boa arquitetura, da imponencia de um belo arranha céu, da melhoria no transporte por não precisar de 30 prédios de 20 andares se um unico prédio faz o isso tudo…

        Coisas basicas que o mundo inteiro aprendeu, menos uns portoalegrenses…

      • Espigão… espigão… espigão… parece complexo de pinto pequeno… hehehe!

      • Toda a vez q eu ouço o termo “espigão” eu lembro do tipo de escória que fez com que o pontal do estaleiro continue o q é há 20 anos, um depósito de canos. Dá vontade de entrar pelo monitor e espancar.

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