Avenida Tronco: Bônus é oportunidade para qualificar moradias

Prefeito destacou que a duplicação da Tronco é também uma obra social Foto: Cristine Rochol/PMPA

Uma casa escriturada, mais ampla que a atual moradia, com pátio para reunir a família e criar os animais de estimação é o sonho que o casal Marina e Adão Lopes está realizando. Os aposentados receberam nesta segunda-feira, 29, do prefeito José Fortunati o 100° Bônus Moradia concedido no projeto habitacional referente à duplicação da avenida Tronco. A previsão é conceder cerca de 400 bônus no Projeto Copa 2014 – Avenida Tronco.

Somando o seu bônus com o do filho, hoje seu vizinho na Vila Cruzeiro, Marina, 62 anos, comprou uma casa para a família em Alvorada, no valor de R$ 104.680,00, cuja titularidade será de 50% para cada morador cadastrado. “Pra mim foi muito bom, porque conseguimos uma casa mais espaçosa. Pegando o bônus, a gente escolhe onde quer morar”, disse. O esposo, Adão, 74 anos, concorda que foi a escolha acertada para a família. “Estou contente. Além de nós, outros vizinhos sem condições terão uma casa ótima para viver”, avaliou.

O Bônus Moradia é uma opção oferecida às famílias reassentadas em razão das obras de mobilidade urbana da Copa 2014, cadastradas pelo Departamento Municipal de Habitação (Demhab). Nesta modalidade, a aquisição da casa própria se dá com maior rapidez. Além do bônus, o município está pagando indenizações e disponibilizando o aluguel social. O Plano Habitacional da avenida Tronco já soma investimento de R$ 33 milhões pela prefeitura.

Ao formalizar a entrega do recurso para a compra da casa, o prefeito enfatizou que a duplicação da Tronco é também uma obra social, pautada no respeito aos moradores. “Todo o processo na Tronco é baseado no tratamento respeitoso às pessoas, que aderem voluntariamente às diferentes opções. Nenhuma medida foi adotada sem diálogo com as lideranças da comunidade e os seus representantes no Orçamento Participativo”, afirmou Fortunati, lembrando que inclusive os terrenos onde serão construídas 1,4 mil moradias pelo Minha Casa Minha Vida foram escolhidos pela comunidade. O prefeito também visitou o trecho já em obras de duplicação.

Atendimento aos moradores – Todas as informações sobre os projetos, o cadastramento socioeconômico e as alternativas de atendimento habitacional estão sendo fornecidas no Escritório de Atendimento da Tronco. Até agora, já foram destinados quase R$ 11 milhões em bônus moradia e indenizações por desapropriações. A prefeitura também adquiriu 43 áreas no entorno (investimento de R$ 22 milhões) e está realizando chamamento público para construção de 1,4 mil habitações por meio do programa Minha Casa Minha Vida. As áreas estão localizadas nas regiões Cristal, Cruzeiro, Glória, Sul e Centro Sul.

Duplicação – A obra soma investimento de R$ 156 milhões. O projeto viário prevê duplicação de 5,3 quilômetros de via, a partir da rótula que será construída na avenida Icaraí, até a nova rótula no cruzamento com as avenidas Gastão Mazeron e Carlos Barbosa, e outra parte formada a partir de bifurcação: uma via até a Terceira Perimetral (altura da av. Teresópolis) e outra até a rótula do Papa (Medianeira). O investimento inclui implantação de ciclovia em todo o trecho, corredor de ônibus e tratamento paisagístico. A obra já está em execução, no lote da rótula na Icaraí até 100m da Gastão Mazeron. Estão em implantação novas estruturas de drenagem do DEP e a duplicação dos primeiros 700 metros.

O ato de entrega do bônus foi realizado no Escritório de Atendimento da Tronco. Participaram do encontro moradores, lideranças comunitárias, os profissionais da prefeitura responsáveis pelo atendimento e o secretário municipal de Gestão, Urbano Schmitt, o diretor do Demhab, Jorge Dusso, e a coordenadora do Gabinete de Articulação Institucional do município (GAI), Ana Pellini.

Saiba aqui como funciona o Bônus Moradia.

Prefeitura de Porto Alegre



Categorias:Duplicação de avenidas

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43 respostas

  1. O problema todo é que o investimento público na construção de moradias populares é insignificante (como de resto em todas as áreas públicas, levando se em conta o nível da nossa carga tributária) perante a esse imenso problema. Certa vez ouvi de um secretário que a Prefeitura tem capacidade de construir 2 a 3 mil casas populares por anos e isso é muito pouco frente a o grande déficit habitacional e as centenas de vilas esperando urbanização em Porto Alegre.

    A limitação toda está no fato de pretenderem resolver a questão usando apenas recursos públicos aplicados a fundo perdido e por isso esse tipo de investimento só ocorre quanto existe a necessidade urgente de urbanizar ou retirar uma Vila para possibilitar uma obra pública, já que a verba pública é sabidamente escassa no âmbito local.

    É preciso criar um programa constante de investimento na urbanização de vilas e na construção de moradias populares, com recursos das 3 esferas de governo e também da CEF e outros Bancos públicos, em que os beneficiados teriam de pagar parte do financiamento, numa prestação compatível com a renda de cada família, pois, no meu ponto de vista, nada deveria ser de graça, exceto para pessoas idosas e realmente incapacitadas, .

    Para isso deveriam criar um novo tipo de financiamento, onde a CEF emprestaria o dinheiro ao beneficiado usando recursos do FGTS e outros Fundos (normalmente usados para financiar a aquisição de moradias pelas classes médias), a Prefeitura construiria os imóveis ou os condomínios, com ou sem a ajuda da iniciativa privada, e a União/Estados garantiriam o pagamento do empréstimo, bem como desenbolsariam a parte subsidiada do empréstimo.

    Além disso, esse programa deveria incluir a participação obrigatória em curso de qualificação e formação profissional (visando que todos consigam obter renda própria), alfabetização de jovens e adultos, palestras sobre relações sociais, higine pessoal, prevenção de doenças, direitos e deveres, etc.

    Enfim, o problema é intricado que, por isso, exige uma solução complexa, mas pode representar a verdadeira redenção de muitas pessoas, já que uma casa própria é, sem dúvida alguma, um fator para reduzir a degradação e aumentar a auto estima. Entretanto é preciso fugir de práticas assistencialistas e populistas, bem como da tradicional omissão e da inércia do Poder Público.

    • E quando ganham casas de graça do governo, como aconteceu com a Chocolatão, eles reclamam do acabamento. Tipo, moravam em barracos de madeira e papelão, num lugar que pegava fogo anualmente, sem as mínimas condições de higiene/saneamento. Aí ganham uma casa de alvenaria (pode ter acabamento ruim, concordo) e ainda acham ruim. Isso quando não vendem a porcaria da casa pra voltar a morar em uma vila. E ainda reclamam que é longe do centro (como se não houvesse milhares de trabalhadores que moram longe do centro e diariamente “viajam” pela cidade até o trabalho.

      • Concordo milhões de pessoas moram longe do seu trabalho, no mundo inteiro, eu moro em Poa e trabalhava no distrito industrial de Cachoeirinha, ia de ônibus todo dia e nunca caiu pedaço, (ônibus lotado). Mas tem uns que não admitem que os coitadinhos tenham que morar longe, “coitadismo”. Outra coisa quando vejo pessoas da classe média, média alta, pregando o socialismo?!! eu sempre desconfio do que está por trás.

        • Aham. Pregam o socialismo no conforto de suas abastadas casas, andando de carro bacana, com todos os itens de consumo capitalistas em suas casas, coisas das quais não abririam mão para fazer acontecer o tal “socialismo”. É só no papel e no discurso, pra mostrar como são “politizados”.

  2. AHAM Qualificar moradias e morar em Alvorada, Viamão, Gravataí…e outras da região metropolitana, pq com 52.000 pilas NÃO SE MORA EM NENHUM LUGAR DE PORTO TRISTE!!!

    • Em 1º lugar, o terreno não é deles. Estão ganhando dinheiro de graça.
      Em 2º lugar, 52 mil é o mínimo. Se vale mais, a prefeitura dá mais (é o caso da pessoa que foi morar em Alvorada no exemplo do post, que ganhou 100 mil).
      Em 3º lugar, eles podem usar os 52 mil de entrada pra financiar a perder de vista no “Minha Casa, Minha Dívida” do Dilmão. É o que as pessoas de classe média (a partir de 291 reais/mês, segundo o governo) fazem.

      Faço um gancho disso com uma reportagem que vi uma vez, onde papeleiros não queriam trabalhar em usinas de reciclagem porque eles ganhariam apenas um salário mínimo, e catando/vendendo lixo eles ganhavam mais (cerca de 800 reais na época). Logo, eles são classe mais que média (segundo o governo), então estão plenamente aptos a comprar suas casas (segundo o governo).

      • Como já escreveram, a priori, nenhum terreno era de ninguém, a não ser das populações originárias!
        2º: 52 mil É O VALOR, no caso os caras ganharam 104 mil pq eram duas propriedades, pq TODOS OS BÔNUS SÃO DE 52.000 pilas!!
        3º: o bônus moradia não é aplicado, obrigatoriamente, no minha casa minha vida, pois quem adere ao programa do Gov. Federal está ganhando o “auxilio aluguel social” pois vai prum apartamento depois que ele seja construído….a perder de vista…
        É interessante teu comentário, pq pra dar pau no governo tu usa das classes e classificações dele, mas para “elogiar” cita, desmerecendo, o minha casa minha vida…
        Lógica bem da RBS!

        • 1 – Tu é historiador? Sabe se o terreno não tinha dono? No começo POA era dividida entre 3 proprietários, divididos por áreas, chamadas de sesmarias. Não tem como não ter tido dono. No mínimo era do poder público, tomado desses proprietários originais.

          2 – Informe-se antes de propagar informações erradas: “Famílias com renda até R$1.600,00 poderão ser contempladas no Programa Minha Casa, Minha Vida, ou com o recebimento de bônus-moradia e, ainda, por meio de INDENIZAÇÃO (SE O VALOR DA EDIFICAÇÃO SUPERAR O DO BÔNUS)” http://www2.portoalegre.rs.gov.br/demhab/default.php?p_secao=130. Só quem tem renda maior que esse valor que tem que aceitar o bônus, mas aí já não dá pra financiar uma casa em 30 anos? Acho que dá, e é o que as pessoas de bem fazem. Se eles são de bem, devem aceitar numa boa.

          3 – Nunca elogiei o governo. Estou dizendo que segundo suas próprias classificações, essas pessoas estariam plenamente aptas a se candidatar ao programa de financiamento habitacional criado por eles. Não são pobres. Saca? É assim, magicamente, que se diz que as pessoas saíram da pobreza. É só tu rebaixar o critério.

  3. O Gilberto, tu vais colocar mais fotos do andamento da Avenida Tronco em breve? Outra coisa: aquela área do outro aldo da UPA ZN tá com alguns tapumes, ali onde era a loja de tintas. Tem alguma ideia do que que vai sair ali?

  4. Hoje saiu um estudo muito legal elaborado pelo ministério do turismo. Nossa querida Porto Alegre fica apenas na 12º entre as cidades mais visitadas do Brasil atrás de cidades que na minha opinião oferecem menos ao turismo como Como Goiânia e Curitiba mesmo estando apenas algumas horas de Gramado e várias atrações da capital gaúcha não explorada.
    Por outro lado no estudo mostra que Porto Alegre está entre as cidades mais desejadas entre os turista, a frente de Curitiba e de Goiânia, está ultima sequer está entre as 20 mais desejadas.
    O que isso mostra, muitos brasileiros tem vontade de conhecer a capital mais astral do Brasil e sua cultura gaúcha, clima, tradições enfim mais a cidade não oferece o minimo de suporte e incentivos ao turismo na cidade e outras regiões que tem muito menos a oferecem ficam a frente de Porto.

    Quem quiser ver o estudo completo abaixo segue o link. Outra coisa que achei interessante é a distorção de Gramado que está entre as últimas visitadas mais entre as primeiras entre as desejas mostrando que o cidade serrana se mostra como um destino caro para os padrões brasileiro.

    Clique para acessar o Demanda_domxstica_-_2012_-_Relatxrio_Executivo.pdf

  5. Lembrem-se que para a chamada Mafia do Social nao interessa que o pessoal da Tronco se mude para locais melhores e casas decentes; ‘a ela interessa que os moradores de la’ continuem vivendo em habitacoes precarias, sem condicoes de higiene.

    • Faltou mencionar um partido pra ficar mais cliché.

    • Tem a máfia do social; e a outra, qual seria? A da classe média acomodada?

      Não posso nem chamá-los de liberais ou capitalistas. Liberal sou eu, que quero uma sociedade mais competitiva e para isso sou a favor de todo o tipo de ajuda para tornar competitivos os mais pobres – desde já, e não daqui a 30 anos.

      Quero sim uma sociedade com transações econômicas à velocidade da luz e não na lentidão confortável à velha classe média, que deseja manter seus privilégios medíocres em vez de abrir o leque de possibilidades para um mundo que consome mais e abre mais oportunidades de negócios.

      No mundo dos acomodados classe AB, não é interessante que os pobres morem em uma área bem localizada e concorram a cotas ou recebam outro tipo de ajuda em prol da equidade, pois tais medidas ameaçam o lugar de destaque da classe média, um destaque não baseado no mérito, mas no fracasso dos demais.

      Sou liberal e não tenho o menor medo de que a classe C avance sobre as minhas oportunidades. Se eu perder uma ou outra vaga de trabalho, ganho outra em função do dinamismo gerado por uma sociedade mais competitiva.

      • Se classe AB é média, quem é classe alta? Classe A pra mim é quem mora em mansões e apartamentos de andar inteiro na Bela Vista, Moinhos, Mont Serrat ou Três Figueiras, que valem na casa dos milhões, longe de qualquer sonho pra maioria das pessoas. Queria entender quem é a classe média acomodada de quem tu fala com certo rancor…

        • cgasparetto, a classe média acomodada é aquela que está fora da nova classe C, que fala com certo deboche de quem compra carro, tv de led ou laptop no crediário, “pois o mais inteligente seria poupar antes de comprar”.

          É aquela que reclama do trânsito nas ruas causado pelo maior acesso a automóveis. Só que ao mesmo tempo que reclama, compra um SUV que ocupa pista e meia ou vaga e meia no estacionamento – no crediário também, muitas vezes.

          A classe média acomodada é aquela que conta como certa a vaga na universidade pública depois de estudar em colégio particular e pagar cursinho. “É um absurdo não poder estudar de graça depois de pagar por educação durante 11, 12 anos”.

          É quem reclama das filas nos aeroportos com a popularização do avião como meio de transporte.

          A classe média acomodada não quer que nada ameace o seu conforto, por isso é melhor ficar tudo como está, mesmo que um desconforto inicial possa proporcionar a abertura de um leque mais amplo de perspectivas. Ela se sente ameaçada com quem, mesmo com toda a sorte de incentivos, ainda precise remar muito contra a maré para competir em pé de igualdade.

          A velha classe média não admite que formem-se na UFRGS médicos que “aceitem” trabalhar 40h ganhando mais de 7 mil iniciais nos postos de saúde de Porto Alegre. Você viu a concorrência para o último concurso em PoA? 1,3 por vaga, ou seja, era questão de fazer a prova e entrar. A situação é surreal, visto que em qualquer outro caso, mesmo áreas da saúde que lidam até com mais sangue do que médico do PSF, topariam com prazer a remuneração.

          A velha classe talvez não seja milionária, mas alguns até conseguem poupar de um a dois milhões, como os altos executivos e alto escalão da política e cargos públicos mais nobres. Muitos compram apartamentos nos bairros que você citou e não admitem que seus filhos tenham dificuldades de inserção no mercado.

          Paciência, a competição pressiona de um lado, mas traz suas benesses de outro: impulsiona empresas e novas oportunidades de emprego, produz impostos e altos empreendimentos em infraestrutura. Em outras palavras, se terei mais dificuldade para comprar o meu SUV, em compensação terei um metrô rápido que me conduz com rapidez à minha casa na periferia com pátio amplo e um casal de labradores.

          A classe média costuma bradar pelos quatro cantos que “precisamos de inovação” – mas só inovação “do bem”, aquela que inova com mais privilégios para mim. Inovação é tornar mais eficiente, abrir caminhos, criar novas oportunidades. O discurso que eu vejo aqui é de uma classe média que não sabe se é liberal ou conservadora, que acha que é capitalista, mas é um capitalismo através da preservação dos privilégios.

        • Bom, há um excesso de rotulações nesse comentário e continuo achando que “poupar um ou dois milhões” é coisa de milionário (como o nome diz… possui milhões). Além disso, definições de faixas sociais como A, B e C pra mim são totalmente deturpadas no Brasil. O que é um cidadão de classe C? Alguém que ganhe um salário x? Alguém que possua um bem y? Possuir um carro, geladeira ou TV em casa era critério de classificação há bem pouco tempo, com o chamado “Critério Brasil”.

          Só não consideravam que um carro podia ser um Fusca ou um Porsche. Uma geladeira pode ser velha ou uma daquelas side-by-side com computador e outras balacas. Uma TV pode ser uma LED 3D de 60″ polegadas ou uma TV de tubo de 14″. Tu pode ter um apartamento de 3 quartos no Moinhos onde custa 1 milhão ou no Sarandi, onde custa 200 mil. Mas pelos critérios, onde não se especificava o valor desses bens, ambos os cidadãos pertenceriam à mesma classe. Isto é correto?

          Então volto a perguntar, o que são classes A, B e C?

  6. Bom, mas nem tanto, é uma forma de pegar os mais desesperados e tirar a responsabilidade de construir as moradias que foram prometidas estão atrasadas.

    De qualquer forma, melhor que nada.

  7. No documento “Sabia aqui como funciona o Bônus Moradia”, não consta o que acontece se o morador recusar o bônus, ou seja, não tiver interesse em mudar-se. Acho que o relato da postagem foi vantajoso para os interessados (prefeitura e a família em questão), ainda mais tratando-se de um casal de aposentados.

    Agora, para um casal jovem que segue jornada de 44h semanais, a transferência para Alvorada pode significar uma perda significativa em qualidade de vida, dado o tempo que será perdido em deslocamento para o trabalho.

    Para tudo há dois pesos e duas medidas. Acho que o bônus-moradia é excelente para reduzir a burocracia da construção de casas populares, mas penso que o valor até é baixo considerando o potencial urbanístico da área, de onde surgirão edifícios de luxo ao final da desocupação, sem sombra de dúvidas, ao passo que a prefeitura transfere o problema social para uma cidade que já tem problemas suficientes.

    Enfim, não quero ser estraga-prazeres das boas notícias, mas não encontrei resposta para o problema que estou levantando: como reurbanizar sem remover o pobre do cartão-postal? Quando ocorre um ganha-ganha como o exemplo dado, tudo bem, mas e quando a mudança não é conveniente, como ficam essas pessoas?

    • As famílias não precisam necessariamente ir morar em Alvorada…

      Concordo que infelizmente alguns pagam pela falta de planejamento da nossa cidade. Nesse caso qual seria a tua sugestão? deixar as famílias ali e simplesmente não duplicar a avenida? ou aumentar o valor do bônus?

    • Infelizmente as cidades, principalmente as capitais não têm espaço para todos, por isto existe a região metropolitana, em vários países do mundo a capital é habitada apenas por quem tem um alto poder aquisitivo, e os demais moram em subúrbios mais afastados. Não quero desqualificar ninguém, pois não sou morador da capital, resido em Canoas, onde também há um problema muito grande com a questão “lazer”, lá simplesmente não há espaços públicos como os da capital, e creio que as cidades dormitório deveriam investir mais neste quesito, afinal possuem um número de moradores muito maior que o de trabalhadores.

    • Bah, me desculpa, mas pelo que me consta, a zona é de invasão. E os caras podem escolher ganhar 100 mil ou ir morar no Cristal, que é perto. Tá bom né?

      • Ahh se é invasão então muda tudo!

        Eu tava achando que eram casas adquiridas “legalmente”….

        Sendo verdade isso prefiro nem expressar minha opinião a respeito, pois os defensores do “coitadismo” vão cair em cima de mim…

      • Pergunta séria: tu nasce sem posse nenhuma, analfabeto, num país com salários baixíssimos, sem acesso a educação, a crédito, etc.

        Como viver em algum lugar sem ser “invasor”? Com que dinheiro comprar ou alugar um canto devidamente urbanizado, que pague imposto, etc?

        É, como diria o poeta, fisicamente impossível. Fisicamente mesmo, porque uma pessoa viva ocupa espaço, e se ela não tem condições de pagar por nenhum espaço, todo espaço que ela ocupar é invadido. A existência dela é uma invasão por si só. A empáfia desses pobres, nascerem!

        Só virando escravo de novo e morando na casa do dono, ou se matando e deixando de ocupar espaço dá pra deixar de ser invasor. Ou se a ciência tivesse inventado um jeito do ser-humano não ocupar espaço no mundo físico talvez esse problema dos INVASORES não tivesse acontecido.

        • Cara, daí a gente vai entrar uma discussão de porque os pais do sujeito que invade não tem “posses”….. ou porque o sujeito que invade, ao invés de trabalhar, fica mamando nas tetas do governo, seja com casa invadida (que depois vai receber uma nova de graça), seja inventando doença pra se encostar no INSS….

          Me desculpa, mas teu comentário mostra que tu simplesmente nunca teve contato com “esse tipo de gente” e não sabe como eles pensam ou agem, realmente…

        • Alex, me desculpa mas tu falas em “mamar nas tetas” mas não responde o que alguém que não tem nada deve fazer. Me refiro aos trabalhadores, pois não pense que todos são malandros.

        • Muito bom… para mim, classe média, egresso da universidade federal, trabalhando no escritório e no ar condicionado, é muito cômodo ficar mandando o pobre “trabalhar, estudar, lutar”. Muitos desses ficariam inválidos se trabalhassem uma semana na construção civil.

          Mas enfim, quem constrói o meu apartamento na zona nobre não merece o meu respeito, pois não tem qualificação para o trabalho leve, então só lhe resta não ter filhos e economizar 10 reais por mês para chegar aos 60 anos – se chegar – com uma reserva de uns 30 mil reais para comprar uma moto e dar entrada num loteamento na periferia. Isso é que é uma vida digna.

        • Felipe, concordo que não devemos generalizar.

          Sei que nessas áreas existem muitas pessoas honestas, trabalhadoras e que querem um futuro melhor (quem aqui não quer né?)

          O cara que trabalha e economiza, sim, tem alguma coisa. Ou pelo menos tá planejando ter. É um cara que se cuida pra não ter 10 filhos (porque sabe que não possui condições pra criar) e que se exime de um pouco de conforto agora para no futuro poder ter.

          Semiógrafo, nem todos que “não possuem nada” hoje têm necessariamente que trabalhar na construção civil.

          Não faltam vagas de emprego para os mais diversos empregos, onde o esforço físico é com certeza menor.

          Mas ninguém quer passar trabalho né? pra quê pegar um ônibus lotado todo dia, que leva 2 horas pra ir pro serviço, se eu posso ficar em casa “dando um jeitinho”?

          Porquê vou economizar uma parte do meu salário hoje, se eu posso morrer amanhã?

          A vida que temos hoje nada mais é resultado das nossas escolhas no passado…..

      • Na verdade 100 mil é o caso específico deste post, onde a mesma família conseguiu duas cotas de 52 mil, provavelmente porque residiam em casas diferentes. Convenhamos, esse valor mal compra um terreno hoje em dia. O problema da habitação está sendo terceirizado para a região metropolitana, longe do cartão postal da copa.

        Olha, com todo o respeito à propriedade privada, mas o governo cedeu ao longo da história porções de terra sob diversos interesses, inclusive com setores privados pressionando politicamente a câmara de vereadores para mudarem o plano diretor, autorizando loteamentos em áreas rurais. Se eu, zé ninguém, possuir um sítio e quiser converter em um condomínio, não posso, mas alguns podem.

        Se você for olhar as verbas de campanha das eleições atuais, perceberá que as construtoras participaram em peso com contribuições às campanhas de vereadores. Tudo 100% legal, mas seria ingênuo achar que não existem interesses escusos.

        Por tudo isso, vejo a ocupação da Vila Tronco/Cruzeiro tão legítima quanto a ocupação mediante poder econômico/político. São meios distintos para se chegar ao mesmo fim: a posse, a ocupação, o direito de propriedade. Invasão é, portanto, um conceito relativo.

      • Com certeza tu nem sabe do que está falando FELIPE X.primeiro se informe a respeito e depois sim faça seus comentários.Não é invasão porque os terrenos são de herdeiros,apenas desculpa para tirar os pobres da região. PURA ESPECULAÇÃO IMOBILIÁRIA.

    • Procurei na internet e tem vários lotes nas redondezas da própria Tronco para realocar os moradores, que estão ganhando um belo valor por uma casa irregular construída em local indevido.

      Eu estou comprando meu primeiro imóvel e estou saindo do zero. Todo o dinheiro que usei para dar de entrada no financiamento, eu e minha esposa juntamos por 4 anos. Achas injusto darem 100 mil pra uma pessoa que chegou num lugar qualquer e disse “isso aqui agora é meu”? Então vamos rever os conceitos de injustiça…

      Um dos motivos que a cidade não evolui é porque a prefeitura fica deixando as vilas surgirem, crescerem e depois que tá uma *erda generalizada e eles querem retomar a área (vide Chocolatão, Dique, dos Papeleiros e várias outras) eles tem que dar uma bolada pra cada família ou construir um loteamento inteiro pra remover uma vila. Vamos parar de achar que uma pessoa porque é pobre é coitada, porque de santos eles não tem nada. Muitos desses que ganham casas ainda tem a cara de pau de vender e ir ocupar outro lugar…

      • Bem, sorte sua (ou mérito seu, como preferem os liberais) por poder poupar. Quero ver você conseguir poupar qualquer merreca tendo um salário mínimo de renda familiar.

        Também não sou adepto do coitadismo, mas quem tem um pensamento mais liberal costuma reduzir muito à dicotomia “trabalhador merecedor x vagabundo”. E sabemos que não é assim. Eu não preciso de ajuda de ninguém, mas já nasci classe média, pais educados e participativos, inclusive me ajudando financeiramente durante minha formação, então tudo evoluiu naturalmente. Tem muita gente que passou a vida remando contra a maré – e uma maré revolta -, então não acho muito produtivo um posicionamento do tipo “vai trabalhar e estudar, vagabundo”. Não vejo no que isso contribui para um país com melhor distribuição de renda e com uma economia mais dinâmica.

        • Olha, vou te dizer só uma coisa. Meus avôs, um era cozinheiro de barco no extinto DEPRC, o outro era marceneiro em casa e minhas avós, donas de casa. Nenhum deles acumulou bens. Mesmo assim, meu pai não ficou no coitadismo. Estudou, conseguiu um bom emprego e se hoje eu tive curso superior e condições de financiar em 30 anos um imóvel, é porque ele foi atrás no passado. Se a maioria dos pobres não quer sair da zona de conforto, fazendo mais filhos pra ganhar mais bolsa família, eu quero mais é que eles vão morar na ponte que partiu. Não gostou? Dá tua casa pra eles!

    • Bah e tu sonha MUITO ao dizer “onde surgirão edifícios de luxo ao final da desocupação, sem sombra de dúvidas”. Tu conhece a Cruzeiro? Olha o tamanho daquilo. Eles vão desocupar a beirada de UMA avenida. Todo o restante da vila vai ficar lá. Tu acha que por darem uma ajeitadinha “padrão Porto Alegre” vai virar o Sétimo Céu? Acorda pro mundo…

      • Olha… lembra da favela ao lado do Barra Shopping? Que fim levou? Sumiu, e hoje é uma zona bastante valorizada. Na Cruzeiro ocorrerá o mesmo. É uma região muito bem localizada, perto do centro, perto do Shopping, dependendo da localização, poderão construir edifícios com vista para o Guaíba, etc.

        • Desculpa, Semiógrafo, mas são situações muito diferentes. Como dito acima, urbanizar uma faixa de terra é muito diferente de um bairro inteiro como é o caso da Cruzeiro.

          No lado do barra, era um trecho pequeno rodeado de um bairro de classe média, média-baixa. Na cruzeiro é todo um bairro pobre.

        • Comparação lamentável pra sustentar um argumento fraco.

        • Xiiiiiiiiii começou a luta de classes, capitalismo x comunismo…elite x proletariado…

    • acho que aqueles que queiram ficar nos bairros proximos de onde moram deveriam pagar uma diferença entre o bonus e o valor real de um imovel bem localizado pois esta zona de porto alegre e bem valorizada e eles não são de fato donos das propriedades pois se trata de invasões. muitos estão reclamando de bairros distante do centro mas vejamos algumas diferenças entre eles que vão ganhar uma moradia e os moradores de bairros distantes que lutaram e trabalharam muito para adquirir um imovel sem receber nada de bonus e mesmo assim são felizes onde moram pois este sonho de ter uma casa propria veio com muito esforço:levantam as vezes 06 horas da manha para ir trabalhar e não reclamam, pagaram caro pelos seus terrenos e depois tiveram que trabalhar muito para comprar materias de construção e fazer suas casas algumas ainda ate hoje nao terminadas como eles gostariam, não ganharam nenhum real sequer para realizar a construção de suas casas e pagam imposto todos os anos de suas propriedades, sera que aqueles vão querer pagar um imposto tão alto conforme a valorização do bairro que eles moram e não querem sair, então não vejo nada de errado em se morar num lugar assim. o que realmente acontece e que estes moradores das vilas em torno das obras da copa estão sendo levados por alguns espertos que querem levar alguma vantagem, acho que a unica coisa que precisaria mudar e que o bonus deveria ter algum tipo de reajuste pois como demora muito para sair existe uma defazagem muitas familias alegam não ter condições de pagar tal diferença já que mesmo em bairros distantes os preços dos imoveis giram em torno de valores maiores ao do bonus, outra coisa em outros tempos os governos nem ofereciam esta alternativa chegavam e desapropiavam sem dar explicações para ninguem pois alegavam que não sendo donos não tinham direitos, já hoje eles respeitam os cidadãos e os consideram com direitos isto mostra de como o nosso pais esta mudando coisa que muitos não acreditam…………

  8. Essa vai ser a obra mais útil da cidade “pra copa”. Vejo como uma grande melhoria na urbanização daquela área.

  9. Ué, não falavam que essa duplicação não iria benificiar ninguem, por que só é a favor dos carros malvados?
    hahaha

    Fazendo uma avenida bonita, bem cuidada, com calçadas e tudo mais, vai valorizar a area, e por que não, o comercio?

    Espero que as construtoras olhem para a area depois das obras… essas são boas oportunidades de mudar completamente algumas regiões da cidade.

  10. Que bom que alguns vêem a mudança como oportunidade!

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