Revogada a exigência dos 30 segundos para sinaleiras de pedestres

Semáforos mantêm atual programação Foto: Divulgação / CMPA

Semáforos mantêm atual programação Foto: Divulgação / CMPA

O Plenário da Câmara Municipal de Porto Alegre aprovou, nesta quarta-feira (17/9), projeto do vereador Nereu D‘Avila (PDT) que altera o Estatuto do Pedestre (Lei Complementar 740/2014). Foram 21 votos favoráveis e quatro contrários à proposta que acaba com a exigência de tempo mínimo de 30 segundos para travessia em sinaleiras de pedestres, prevista no inciso IV do artigo 4º, e com a obrigatoriedade de construção das passarelas em avenidas com mais de duas pistas de rolamento, prevista no parágrafo 2º do artigo 4º.

O inciso III do artigo 4º dessa Lei Complementar já garante a segurança do pedestre na travessia, pois prevê “sinalização com tempo suficiente para permitir a travessia de vias com segurança”, sustenta Nereu. “Assim, o tempo de travessia deve ser analisado seguindo critérios técnicos e segundo as localizações específicas, não se adotando tempo fixo e indiscriminado para todos os semáforos de Porto Alegre.”

Nereu observa que em 29 de abril de 2014 a Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) realizou teste implementando, em algumas sinaleiras da Capital, os 30 segundos mínimos para pedestres sendo que, como resultado da análise do impacto da adoção da medida de forma geral, foram registradas mais de 600 reclamações pelos fones 156 e 118, relativas às ocorrências de trânsito e aos atrasos nas linhas de ônibus, lotações e táxis. “É importante compreender que o sistema semafórico se constitui de redes de sincronismo, que, ajustadas entre elas, gerenciam a mobilidade dos diferentes modais de trânsito. Dessa forma, os conjuntos semafóricos funcionam em rede e não de forma isolada, não podendo ser assim considerados.”

Quanto às passarelas, o autor do projeto explica que a execução de tal medida deveria observar rampas de acesso para pessoas com deficiência física, as quais, logicamente, tendem a utilizar considerável área do passeio público, que, conforme regramento vigente, já deve observar uma faixa de 1,50m. Conforme Nereu, nesse formato, a implementação pretendida, além de demandar investimento financeiro elevado, suprimiria considerável área do passeio público e das ciclovias existentes, demandando o remanejamento de redes elétricas. “Deve-se atentar para a necessidade de, na construção de passarelas, se observar uma declividade máxima de 8%, o que implica a necessidade de rampas de acesso com extensão mínima ou, ainda, inviáveis em face do espaço físico existente em diversas vias e passeios públicos.”

Câmara Municipal



Categorias:Meios de Transporte / Trânsito

Tags:, , ,

10 respostas

  1. enquanto isso Curitiba resolve o mesmo problema de forma inteligente e eficaz.
    Por que não temos aqui esse tipo de ideia?
    http://g1.globo.com/pr/parana/noticia/2014/07/curitiba-testa-semaforo-que-aumenta-tempo-para-atravessar-ruas.html

  2. Concordo com as opiniões sobre o tempo de espera. De qualquer maneira, para mim o melhor resultado dessa lei é a discussão. E vejam esse clipping:

    http://www.cwaclipping.net/sistema/newsletter/visualizar/materia.php?security=c12f6fdc9a73.1637168.3697200

    O fortunatti só falou besteira (tá precisando sair do carro um pouco) mas o Cappelari dá entender que vão mexer nos tempos. Só eu que entendi isso?

  3. Muito, mas MUITO mais útil do que ficar 30 segundos aberta seria diminuir o tempo de fechamento do sinal depois que o pedestre aperta o botão. Po, isso sim é irritante. Tinha que, em sei lá, 15 segundos após ser apertado abrir para o pedestre.

  4. Também acho que a lei é estúpida. Do jeito que as coisas funcionam nessa cidade, a forma de compensar os 30 segundos para os pedestres seria aumentar ainda mais o tempo que as sinaleiras ficam abertas para os veículos.

    Se é para fazer lei, porque não regulamentar o tempo máximo que o pedestre pode esperar para atravessar uma rua? Tem sinaleiras para pedestres que demoram quase 2 minutos para abrir.

    Atravessar a Assis Brasil demora, algumas vezes, mais de quatro minutos, uma vez que tem que atravessar até o corredor e depois atravessar a outra faixa. Dependendo do fluxo dos semáforos, o lado que abre antes até consegue atravessar toda a avenida, mas quem está do outro lado vê o semáforo abrir para os carros exatamente quando chega no corredor de ônibus.

    • É verdade. Moro bem próximo ao Bourbon Wallig e passo por isto quase todo santo dia. Muito mal sincronizado para os pedestres nesta passagem em frente ao Shopping. A travessia é feita em duas etapas, o que demanda, às vezes, muito tempo de espera, além do razoável.

  5. Lei estupida. Uma rua com uma pista ou 6 teriam o mesmo tempo de travessia para o pedestre.

    A pena maior fica por ninguém querer calcular tempo e ciclo dignos para os pedestres, alegando que atrasaria o transito sendo que o próprio nao é lá grandes coisas…

  6. Mais uma vez: o correto é mudar o cálculo atual, não criar uma exigência. Atualmente a EPTC calcula que uma pessoa caminha 1m por segundo, o que não ocorre com os idosos. O correto seria calcular 0,5m por segundo.
    Por exemplo: sinaleira na Praia de Belas em frente ao Shopping tem 10s, nesse tempo um idoso nem consegue se preparar pra atravessar, já presenciei. E não precisa de 30s, 20s já basta.

Faça seu comentário aqui: