Novo Pontal do Estaleiro terá condo-hotel e clínica médica

Projeto que passou a chamar-se Parque do Pontal já está na 14º versão e foi apresentado no Conselho do Plano Diretor

Maquete virtual apresentada pelo escritório Debiagi Arquitetos Urbanistas / Reprodução

Maquete virtual apresentada pelo escritório Debiagi Arquitetos Urbanistas / Reprodução

Catorze anos depois de aprovada a lei que permitiu a venda do terreno do antigo Estaleiro Só para dar lugar a um empreendimento privado comercial, o projeto que atualmente se chama Parque do Pontal está na sua fase final de tramitação, prestes a obter o licenciamento para as obras.

Na dia 18 de outubro o projeto foi apresentado ao Conselho do Plano Diretor (CMDUA), que precisa ratificar a aprovação do Estudo de Viabilidade Urbanística (EVU) já deferido pela Prefeitura. Depois dessa fase, o projeto recebe a Licença Prévia (LP), precisa aprovar o projeto executivo, e então são autorizadas as obras com a Licença de Instalação (LI).
Os conselheiros conheceram então o novo formato dado pelos empreendedores à proposta: é a 14ª versão do projeto, que foi modificado em razão da intensa polêmica gerada na cidade desde sua apresentação, no início dos anos 2000, que levou à realização de uma consulta popular que proibiu o uso habitacional da área.

No novo formato conhecido ontem, estão mantidos o shopping center – cuja loja âncora é a Leroy Merlin – e a área verde pública, chamada de parque como uma “licença poética”, segundo a arquiteta do projeto, Clarice Debiagi: “Na verdade é uma praça, não tem o tamanho mínimo necessário para ser parque. É uma questão semântica que não muda o que será entregue ao município”, esclareceu.

O empreendedor, entretanto, acrescentou duas atividades além dos já previstos escritórios para a torre de 82 metros que será erguida no local: consultórios e clínicas médicas nos andares baixos e um sistema de condo-hotel em pavimentos mais elevados. Os pisos mais de cima estão destinados a “salas amplas” sem definição fixa de uso.

Foi a solução pensada para capitalizar o negócio, já que um condo-hotel é um empreendimento gerenciado por operadora hoteleira, mas construído com recursos de investidores individuais que compram um quarto e depois recebem rendimentos dos aluguéis. “É um modelo de condomínio com proprietários compartilhados”, sintetiza o diretor de Incorporação da Melnick Even – empreiteira responsável pela obra do Pontal –, Marcelo Guedes.

Serão 142 quartos neste sistema no Parque do Pontal e já estaria definida a bandeira da operação, que, entretanto, não foi revelada pelos construtores. O terraço externo que se formará sobre a base do empreendimento, ocupado pelo shopping, será de uso dos hóspedes.

Área abrigará “hub da saúde” pioneiro

Os 200 espaços comerciais distribuídos nos demais pavimentos do Parque do Pontal vão abrigar escritórios e consultórios médicos, variando o uso conforme a demanda. A aposta pela segmentação do empreendimento para a área da saúde inclui ainda a oferta de laboratórios, clínicas médicas e a presença de um centro clínico do Hospital Moinhos de Vento nos primeiros pavimentos.“É a grande âncora e vai operar média e baixa complexidade. Para casos mais complexos, haverá transporte disponível para levar o paciente até a sede do hospital”, revela Marcelo Guedes.

Melnick, Hospital Moinhos de Vento e o Grupo Zaffari são os três grandes parceiros do projeto Hub de Saúde, com quatro empreendimentos em Porto Alegre e um em Canoas. O Parque do Pontal será o pioneiro na Capital, que contará ainda com unidades do Hub de Saúde na Avenida Grécia (Zona Norte), Cavalhada e Aparício Borges (Zona Sul). A unidade de Canoas será o Maxplaza e já está em construção em uma área próxima à rodoviária. Apesar de ser parceiro do Hub de Saúde, ainda não está confirmada a presença do Grupo Zaffari no Parque do Pontal.

Shopping center terá 169 lojas

O shopping center do Parque do Pontal ocupará toda a base do empreendimento e terá 22 metros de altura na maior parte da construção. É o equivalente a um edifício de sete andares, embora, a divisão de pavimentos no empreendimento seja distinta. Nas saídas de emergência a construção será mais alta, com 32 metros de altura, ou cerca de 10 andares.

A Secretaria de Urbanismo de Porto Alegre (Smurb) exigiu que a base da edificação fosse “permeável” para integrar o empreendimento com a praça pública que vai emoldurá-lo. Dessa forma, o shopping terá lojas abertas e voltadas para o espaço público, fachada envidraçada que permita a vista do Guaíba mesmo para quem estiver atrás do prédio, na avenida Padre Cacique, e corredores amplos para a circulação interna no shopping: o central com 14 metros de largura e os secundários com quase 8 metros.

Ao todo, serão 169 lojas e praça de alimentação com área ao ar livre para contemplação.

parque-do-pontal

Jornal Já (Naira Hofmeister). Para ler mais visite o site do Já.



Categorias:Parque Pontal, Pontal do Estaleiro

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12 respostas

  1. Esperamos que se concretize o mais breve possível, pois será um grande ganho para a cidade. Apenas acho que o tal shopping poderia trazer um diferencial, por exemplo uma grande área de lazer indoor, como já existiu no Praia de Belas só que muito melhor na linha por exemplo do Cotroceni Shopping de Bucarest a ver: https://www.youtube.com/watch?v=94vvpPSxGrE

  2. Esse tal hub de saúde, devia ser do sus, mas obvio que nao. A questão é aguardar mais catorze anos pra ficar pronto.

  3. Jesus amado!
    Nao vejo a hora desse projeto desandar.

    So tenho um questionamento:

    “….O terraço externo que se formará sobre a base do empreendimento, ocupado pelo shopping, será de uso dos hóspedes……….”

    Tinhamos achado que ali seria um restaurante externo do shopping, aberto ao publico e com vista para o Guaiba. Vou ficar muito puto se isso for verdade. Devemos protestar!!!

    PS: E a marina que seria constrida junto ao projeto? E’ pra quando?

  4. Contagem regressiva para que os esquerdopatas tentem barrar o projeto em 3, 2, 1…

    • Do jeito que as coisas vão aqui na província, o projeto vai continuar inerte por conta própria.

    • Do jeito que esta o projeto hoje, da pra crer que só sendo “esquerdeopata” será contra.

      Afinal, um esquerdista comum ou uma pessoa sã nao seria contra este projeto agora modificado.

      Gostaria de lembrar todos que se nao fossem os tais “esquerdeopatas”, que na verdade eram apenas cidadãos querendo usar esse pedaço da cidade, que o projeto inicial teria sido aprovado e esta área seria composta apenas de torres residenciais, comerciais e um hotel.

      Ou seja, se nao fosse a comunidade (e aqui me refiro a moradores dos bairros proximos como Cristal e Menino Deus, que estao longe de serem esquerdistas) se mobilizar, nenhum de nós um dia visitaria “a passeio” o local.

      O pontal seria apenas alvo de inveja, que olhariamos de fora, sem um parque util a populaçao.

      Veja esse trecho retirado da ZH no dia 7 de agosto de 2009:

      “Após um plebiscito/referendo realizado em 2009, que rejeitou prédios de 12 andares, composto de torres residenciais, comercial e hotel, o novo projeto terá estabelecimento comercial e uma torre que pode chegar a 26 andares.”

      Falando em esquerdeopatia, gostaria de lembrar que foi um “esquerdeopata” quem iniciou o processo de ocupaçao comercial (e nao residencial) deste lugar

      A Lei 470/2002, de autoria do então prefeito Tarso Genro (PT) e que permitiu a construção de empreendimento comercial na área.

      Nao devemos sair apontando armas ás pessoas erradas sem sabermos sequer o por que estamos fazendo isso. Jogar a culpa dos erros da esquerda para direita e da direita para a esquerda nos fara sempre ficarmos no mesmo lugar.

      Em fim, que venha o pontal! A cidade O AGUARDA!!

      • Ou seja, os esquerdeopatas tiraram um belo projeto com torres de 12 andares, com uma grande área de lazer (alguém te mentiu ao falar que nenhum de nós poderia visitar o local) para por no lugar um shopping e uma torre de uns 30 andares.

        Os esquerdeopatas que tiraram as construções residenciais que poderiam dar vida ao local durante a noite, para transformar num ponto apenas comercial, onde a praça provavelmente não vai ter vida durante a noite, assim como acontece zonas comerciais da cidade ao anoitecer. Basta ver o centro.

        Que bela troca, do espigão de 12 andares com uma arquitetura muito bonita, trocaram para um centro capitalista opressor, com um espigão com mais que o dobro de altura.
        hahaha

      • na sua visão um condominio residencial de 12 torres daria vida ao lugar. E no centro não ha vida a noite por ser uma zona comercial? kkkkk
        Logo em todas as ruas de porto alegre há vida a noite pois todas são só residenciais? O que torna a cidade baixa ou padre chagas movimentadas a noite com certeza é a zona residencial então kkk
        A curva na lógica para descordar da esquerda chega a ir tão longe que deixa de fazer sentido.
        A não ser que tu planejasse comprar um imóvel la, em nada afetará uma torre a mais residencial, porem muito afetará uma área de acesso ao publico, ainda mais com a estrutura que a construtora ira oferecer.

    • Esquerda, direita, esquerda, direita, esquerda, direita…

      Parece briga de bugio isso, credo!

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