A Prefeitura de Porto Alegre solicita ao Governo Federal a doação do prédio da Usina do Gasômetro ao Município. O imóvel pertence à Eletrobras. Um ofício com o pedido foi entregue pelo prefeito Sebastião Melo ao presidente Jair Bolsonaro durante encontro neste sábado, 10, na Capital.

A preocupação do Executivo é com o futuro de um dos cartões postais da capital gaúcha, já que a Eletrobras – proprietária do imóvel – está no Programa Nacional de Desestatização do governo federal. Em 1982, o prédio foi cedido por tempo indeterminado ao Município. “A Usina do Gasômetro é um dos espaços culturais com maior simbolismo da nossa cidade, por isso entregamos esse pedido de doação pessoalmente ao presidente Jair Bolsonaro”, salienta o prefeito.
“Atualmente em reforma e modernização por parte do Município, estuda-se transformar a Usina do Gasômetro em um novo marco de inovação e desenvolvimento da cidade”, afirma o secretário municipal de Administração e Patrimônio, André Barbosa.
Revitalização – A Usina do Gasômetro passa pela maior intervenção desde sua construção, em 1928. O investimento é de mais de R$ 13, 9 milhões e tem prazo de conclusão para o primeiro semestre de 2022.
A obra, executada pelo Consórcio RAC/Arquibrasil, entregará equipamentos modernos, mantendo a essência de exibição de espetáculos experimentais, com diversas áreas de exposição, foyer e espaços multiusos, sala de dança e áreas técnicas.
Para maior segurança, está prevista a modernização da infraestrutura do prédio, contando com espaços 100% acessíveis. Trará ainda assentos e pergolados para apreciar a vista do Guaíba, duas novas escadas, restaurante com vista panorâmica no quarto andar e café com vista para a Rua da Praia.
“Estudei a Usina do Gasômetro na minha dissertação de mestrado nos anos 1990 e colaborei na elaboração do memorial. A usina é a joia da orla, coração da cidade”, diz o secretário municipal da Cultura, Gunter Axt.
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Meu sonho era ver o Gasômetro transformado em algo tipo a Tate Modern de Londres, algo permanente e que não dependesse de exposições e eventos temporários.
Bah, essa situação é temerária, se o desgoverno federal seguir sua cartilha… rezemos…
Serio? Que derrubem logo esse elefante branco pra renovar essa aera tb.
Ela é tombada. Não pode ser derrubada.
Ótima notícia, construções históricas que já são símbolos da cidade não podem ficar nas mãos de qualquer um.
Será que não seria mais vantagem ficar com Eletrobras? As grandes empresas em geral dão bastante apoio cultural, a exemplo do Farol Santander e creio que manteriam as instalações sempre conservadas. Nas mãos da prefeitura tenho minhas dúvidas.
Melhor seria passar sim pra prefeitura e depois fazer convênios ou adoções. Se passar pra eletrobras privada, um dia resolvem dar outra destinação ao prédio e a população fica a ver navios…
Exatamente.
Se passar pra Eletrobrás privada, eles vão cuidar e preservar o Gasômetro no início.
Mas se de uma hora para outra resolverem dar outro destino ao prédio, já era. Deus nos acuda, protestos, justiça, fecha tudo, Prefeitura x empresa, etc.
Sim, apenas estou levantando a questão. Não tenho opinião formada sobre isso. Mas não é tombado o patrimônio?
Tombamento não caracteriza uso, ou seja, o prédio deve apresentar as características físicas indicadas no processo de tombamento, mas nada impede o proprietário de mudar seu uso. Pode ser que a Eletrobrás queira fazer um centro cultural ali, mas pode ser que queiram fazer um shopping. A Cervejaria Bopp é tombada, por exemplo, mas o seu uso é o Shopping Total.
Que privatizem então.
Tu não entendeu a questão. Relê o texto. O que está sendo privatizado é a Eletrobras. A usina é utilizada pela prefeitura, mas pelo que sei não foi doada. Então um dia podemos ficar sem o centro cultural, não sem a usina. Ela é tombada. Não pode ser derrubada.
Eu entrei lá para ver dois eventos em quase 40 anos. As outras vezes era um abandono sem nada interessante dentro, entrei pra chegar do outro lado. Privatizar é dar à população o que ela quer (afinal, vão pagar pra ir, e se não der lucro, fecha). Sempre o que importou foi a estrutura do prédio, não o que acontecia dentro.
Talvez por tu seres uma pessoa não muito interessada em cultura, pois eu já entrei centenas de vezes nela. Tanto pra feiras, eventos em geral, cinema e atividades teatrais, assim como pra ver exposições de fotos e outros tipos de arte. Em épocas passadas ela anualmente sediava a Feira Latino-americana de Artesanato, referência nacional em feira de artesãos.
E sabe que ela se encontra em reforma, pra ganhar um moderno teatro e continuar com o seu cinema, sempre com programação alternativa, fora do circuito comercial (mesmice)?
Da uma olhada nesta matéria: