Boas práticas de mobilidade urbana no Brasil e no mundo

O TheCityFix Brasil acredita que os bons exemplos existem para inspirar. Por isso, nossa equipe fez uma seleção especial de boas práticas de mobilidade urbana pelo mundo, que virou exposição, em Brasília, na última semana. Durante o evento “PAC Mobilidade Urbana: como construir projetos sustentáveis”, as fotos dos projetos realizados mundo afora foram expostas para prefeitos e técnicos, que puderam levar ainda mais ideias para as suas cidades. Confira, abaixo, as boas práticas de mobilidade selecionadas:

1. BRT

Rio de Janeiro

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O primeiro corredor BRT do Rio de Janeiro – Barra da Tijuca a Santa Cruz e Campo Grande – já reduziu pela metade o tempo médio de viagem de seus passageiros. Atualmente, o Transoeste conta com 40 km em operação que atendem 65 mil pessoas, diariamente. Mais três corredores BRT – Transcarioca, Transolímpica e Transbrasil – serão implantados no Rio de Janeiro até 2016, totalizando 150 km de corredores exclusivos para os ônibus de alta capacidade.

Curitiba

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O BRT surgiu em Curitiba, em 1974, implementado pelo então prefeito Jaime Lerner. Ainda hoje, a capital paranaense tem a maior malha de corredores BRT do Brasil: 81 km em seis eixos que ligam todas as áreas da cidade. Mais 10 km estão em obras.

Cidade do México

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O Metrobús, sistema BRT da Cidade do México, foi inaugurado em 2005 com o primeiro corredor implementado na movimentada Avenida Insurgentes. Atualmente, o sistema é um dos mais reconhecidos do mundo, com 95 km de extensão e uma demanda diária de 755 mil passageiros por dia.

Bogotá

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O TransMilenio, sistema BRT de Bogotá, é conhecido por ter uma demanda superior a de muitos metrôs: no horário de pico, transporta até 45 mil passageiros por hora no sentido mais carregado. Se estas pessoas se deslocassem de automóvel no mesmo intervalo de tempo, seriam necessárias 25 faixas, o equivalente a uma via com 80 metros de largura. O BRT usa apenas duas faixas segregadas, ou seja, 7 metros da via.

2. BICICLETAS

Bicicletários (Porto Alegre)

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Cidades preocupadas com a sustentabilidade e o bem-estar da população incentivam o uso de bicicletas para distâncias curtas. Porém, pesquisas mostram que a falta de locais próprios para estacionar inibe o uso deste modal. Existem diversos tipos de bicicletários e paraciclos com padrões internacionais que não danificam rodas ou quadro – diferente de projetos feitos sem assistência técnica.

Houten, Holanda

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Houten, na Holanda, é o paraíso dos ciclistas. Com 50 mil habitantes e 129 km de ciclovias, a cidade contabiliza mais da metade das viagens realizadas a pé ou por bicicleta. O planejamento urbano, baseado na técnica filtered permeability, criou uma densa malha cicloviária e áreas de convivência. A rede limita o acesso dos carros ao centro da cidade e oferece continuidade nos trajetos para os ciclistas.

3. INTEGRAÇÃO MODAL

Los Angeles

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População e autoridades públicas são beneficiadas pela integração dos diversos modais de transporte. Os passageiros ganham mais acesso à cidade, pois há conectividade entre os diversos bairros e o transporte coletivo urbano amplia sua abrangência e a possibilidade de investimentos para garantir a qualidade do serviço. Também a construção de bicicletários e paraciclos em estações terminais de integração beneficia a população, à medida que estimula a prática do exercício físico com o uso do transporte não-motorizado.

4. ESPAÇOS PÚBLICOS

Calle Mercaderes, Arequipa

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Em 2009, a segunda maior cidade peruana resolveu transformar sua principal avenida comercial, a Calle Mercaderes, em um espaço de convivência. A rua foi bloqueada para os carros e entregue aos pedestres. O projeto faz parte de uma visão mais ampla da cidade que pretende modernizar os serviços de transporte, por meio da implantação de um corredor BRT (Bus Rapid Transit) e de ciclovias para qualificar a mobilidade no centro histórico da cidade.

Cheonggyecheon River, Seul

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A avenida elevada que cobria o rio Cheonggyecheon, em Seul, na Coreia do Sul, foi destruída e substituída por um parque à beira do rio. O local recebeu calçadas de qualidade, praças públicas e, atualmente, é um grande centro de integração social e turismo da cidade. A transformação também deu a Seul o Prêmio Transporte Sustentável de 2006.

Times Square, Nova Iorque

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O projeto “Green Light for Midtown” (Luz verde para Midtown), do prefeito de Nova Iorque, Michael Bloomberg, promoveu uma série de mudanças para melhorar a mobilidade e a segurança de Times Square, em 2009. As transformações deram vida a novas áreas dedicadas aos pedestres, na região de Midtown, Manhattan. Partes de algumas avenidas foram bloqueadas para os automóveis e ocupadas por praças e locais de convívio.

Parque Madrid Río, Madri

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Ao transformar a marginal do Rio Manzanares em um parque de 10 km, a prefeitura de Madri devolveu às pessoas um espaço por muito tempo ocupado apenas por carros. A avenida, que antes poluía e separava bairros e pessoas, agora é o ponto de encontro dos madrilenhos, cheia de áreas verdes e ciclovias.

THECITYFIXBRASIL  – Maria Fernanda Cavalcanti

Autores das fotos:

Rio, Curitiba, Porto Alegre, México e Los Angeles – por Mariana Gil – EMBARQ Brasil

Bogotá – por Daniela Facchini – EMBARQ Brasil

Houten – por Jarrett M

Arequipa – por EMBARQ

Seul –  por Yoshi

New York e Madrid – divulgação



Categorias:Bicicleta, Ciclofaixas, ciclovias, Meios de Transporte / Trânsito, paraciclos

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19 respostas

  1. Já que o assunto é transporte, há uma notícia no ClicRBS que mostra que jogaram M. no ventilador e as contas da Carris devem ser auditadas.

  2. Excelente matéria. Acho que estamos indo no caminho certo. Só precisamos dar um trato fino na paisagem urbana para nos tornarmos uma cidade turística.

  3. Ontem saiu uma reportagem na ZH sobre essas coisas, falaram que muitos ciclistas são contra ciclovias, por que seria uma forma de separar elas dos carros, de não educar os motoristas, algo assim.

    o.0

    Devem ser aqueles ciclitas psicopatas que querem de tudo que é forma acabar com os carros.
    shausahushasas

    • Tem um pessoal que acha que o ciclismo veicular (onde carros devem se comportar que nem carros) é melhor. Dá uma lida: http://en.wikipedia.org/wiki/Vehicular_cycling. Esses geralmente dizem que ciclovia é ruim.

      Tem outros que acham que bicicleta é bem diferente do carro, alguns inclusive acham que sinal vermelho devia ser facultativo pra ciclistas e outras coisinhas pequenas que facilitariam a vida pro usuário.

      As duas partes têm um pouco de razão, mas não dá pra agradar todo mundo. Ciclovias deixam um ciclista experiente mais lento, mas permitem que qualquer um ande de bicicleta.

      • Sei la, acho que a ciclovia é sempre melhor, por que queira ou não, existem pontos cegos no carro, as vezes uma falta de atenção, qualquer coisa pode causar um acidente.

      • Guilherme, nem sempre é melhor. O caso da Icaraí, por exemplo, é interessante. Como fizeram uma barreira de carros estacionados entre a ciclofaixa e a pista de rolamento, os carros simplesmente não te enchergam quando vão dobrar a direita na avenida.

        Na Ipiranga, a ciclovia também tira os ciclistas da pista, ficando menos visíveis. Para terminar, ela fica do lado da pista da esquerda da avenida, que é de alta velocidade (ao menos na teoria).

        Eu ainda sou um pouco em cima do muro sobre o assunto, mas enfim, como o Fernando disse os dois lados tem uma certa razão.

        • Acho que com algumas regras basicas, placas de identificação, proibição de estacionar proximo de esquinas (digamos que tirar três vagas para ter como ver o ciclista chegando…) ja ajudaria isso.

          E por que não sinaleiras especificas?

          Sei la..

        • Talvez, mas a EPTC está fazendo tudo ao contrário 🙂

    • Se andar de moto já é muito mais perigoso que andar de carro, imagina andar de bicicleta no meio dos carros?

      • Não é a mesma coisa. Os ciclistas não ficam zigue-zagueando no meio dos carros como os motoqueiros. Ao menos a maioria não faz isso. Além disso, o simples fato de andar em menor velocidade já reduz os riscos.

  4. Gostei do Cheonggyecheon!

  5. Esse parque de Madrid é sensacional, muito bonito. Eu tinha visto a um tempo atrás uns slides ben dealhados sobre o projeto do BRT de Porto Alegre. Nao sei se vi aqui no Portoimagem, procurei e não achei. Se alguém poder me ajudar agradeço, pois preciso para um trabalho da faculdade.

  6. A iniciativa em POA dos bicicletários é louvável mas sem as ciclovias que estão sendo implantadas sob pressão e de forma lerda, está brabo!! Vejo pessoas usando essas bikes nas calçadas no centro, entrando em conflito tanto pelo pedestre quantos com o motoristas.. Cadê o Plano Cicloviário de POA, em quanto tempo pretendem implementá-lo totalmente!?

    • Quais bicicletários? Ou tu tá falando do aluguel de bikes?

    • Sob pressão, de forma lerda e mal feita! Jà tem a calçadovia da restinga, a ciclofaixa unidirecional que vem do nada e termina em lugar nenhum na Icaraí e o que está saindo agora?

      1- Outra calçadovia na beira-rio. Como não estão fazendo calçamento para pedestres, a ciclovia será usada para isso. Eu não condeno os pedestres, eu faria o mesmo.
      2- A ciclovia insegura da Ipiranga. Cheia de estreitamentos, desvios de curso e o pior: no lado esquerdo de uma avenida movimentada e de alta velocidade.

  7. O contra ponto…

    • Acho que lea tem razão!
      Hoje, em Berlim, não quase se vê carros, é metrô e bicicleta por todos os lugares. Tb gente a pé.
      Lembrem-se, o segundo encontro mundial de bicicleta e ciclistas será em POA novamente (o primeiro tb foi aqui), em fevereiro. Aqui novamente quero ressaltar, não será em Curitiba, mas em POA. Porque será?

      • O que mais me chamou atenção é a erro na aplicação dos recursos. As prefeituras usam o dinheiro de todos para fazer ruas para a minoria e deixa as calçadas que são usadas por todos para a iniciativa privada.

      • Sobre o encontro mundial de bicicleta: Deve ser porque em Porto Alegre temos MUITO a melhorar em termos de ciclovia?

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