Mauro Silva
Repensar o transporte público tem sido algo recorrente para as políticas de governo, órgãos de planejamento urbano, institutos de pesquisas e todas as pessoas que acreditam que a mobilidade urbana sustentável passa também pelo transporte coletivo de pessoas. A melhoria deste setor, no entanto, não está atrelada necessariamente ao aumento de tarifas. Em algumas cidades a gratuidade na passagem de ônibus é garantida por lei.
Essa iniciativa, pela primeira vez, ocorreu em uma capital de um país europeu. Tallinn, capital da Estônia com cerca de 420 mil habitantes, oferece desde 1º de janeiro de 2013 a gratuidade do transporte público mediante referendo. Os objetivos são conhecidos: reduzir a quantidade de automóveis; evitar congestionamentos e acidentes; e facilitar o deslocamento das pessoas mais pobres.
Outras cidades ao redor do mundo também já implementam essa medida, como é o caso de Changning e Changzhi na China, Hasselt na Bélgica, Gibraltar na Península Ibérica, Corvallis no Oregon-EUA, dentre outras cidades. Mesmo no Brasil, algumas pequenas cidades no estado de São Paulo já praticam a ausência de cobrança nos ônibus como, por exemplo, Agudos e Potirendaba.
Considerando que o transporte caracteriza-se por um serviço essencial, tal como saúde e educação, várias correntes dentro da sociedade apoiam a extinção da cobrança das tarifas. Masquem paga essa conta? A ideia inicial é mudar um pouco a lógica de “paga quem usa” para “paga quem se beneficia”. O ônus do pagamento deixaria de ser de responsabilidade do estudante, do trabalhador ou mesmo das pessoas de baixa renda e passaria para as empresas que recebem os trabalhadores diariamente, governo e sociedade. Mediante a criação de um Fundo de Transporte que reuniria arrecadações com aumento progressivos do IPTU, por exemplo, o custeio da tarifa seria algo economicamente viável.
Embora o tema transporte público esteja nas pautas de discussões nos grandes centros urbanos e sendo realizada por grandes grupos da sociedade e do governo, a extinção da cobrança das tarifas ainda depende muito de vontade política, especialmente no Brasil. Alinhar investimentos, concessões e melhorias com a tarifa zero, talvez seja a equação que estados e municípios tenham que resolver depois de muito estudo.
* Mauro Silva – Pai, Triatleta, Mestre em Engenharia da Computação, Professor, Empreendedor e Engenheiro de Sistemas. Genuinamente preocupado e engajado com a Mobilidade Urbana nas grandes cidades, em especial no Recife. Desenvolve projetos, participa de ações, contribui em discussões e tenta promover a mudança em seu entorno. Acredita que a (re)construção das cidades deve iniciar ‘pelos’ cidadãos, ‘nos’ cidadãos e ‘para’ os cidadãos.
TheCityFixBrasil
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se o aeromovel que tem custo baixo não opera pq onibus com tarifa zero da onde hahah… marmelada…
Uma proposta que deveria ser experimentada é a liberdade de pagar o quanto quiser.
Parece loucura, mas basta de tratar o consumidor como bandido. O consumidor paga o quanto achar justo pelo serviço, a empresa influencia a pagarem mais com o serviço.
Ainda mais em uma cidade como porto alegre, o povo não é criança para achar que vai continuar a ter bons ônibus se pagar muito pouco, mas também poderá ter poder quando insatisfeito.
Em outros mercados onde isso foi feito (Jogos, Musica, Literatura..) a tendencia foi um relacionamento mutuamente benéfico, onde não se ignora o fator humano na equação. Muitos pagavam muito acima do preço de mercado sugerido por desejarem dar suporte, outros pagavam o que podiam e eram cobertos pelos outros mais generosos em uma forma de doação indireta.
Não adianta querer responsabilidade do consumidor sem dar as ferramentas para que o mesmo possa entender sua responsabilidade e relacionamento com as empresas.