Construtora Goldsztein quer construir condomínio na área nobre de Porto Alegre
O Tribunal de Justiça liberou, na tarde desta quinta-feira, a demolição de seis casarões antigos na rua Luciana de Abreu, no bairro Moinhos de Vento, em Porto Alegre. Conforme a relatora da ação, desembargadora Marilene Bonzanine, não ficou comprovado que as residências sejam tombadas pelo patrimônio histórico e cultural do município.
A decisão judicial manteve o parecer de 1º grau em que a construtora Goldzstein obteve permissão para erguer um condomínio no local. A ação para tentar impedir a derrubada foi movida ainda em fevereiro de 2003 pelo Ministério Público. Na época, a promotoria de defesa do meio ambiente obteve uma liminar que suspendia a demolição das casas, construídas na década de 1930.
A promotora Ana Marchesan vai estudar a possibilidade de entrar com um embargo de declaração ou outro recurso contra a decisão judicial. O pedido foi encaminhado aos procurados do MP. Já a prefeitura, que permitiu a elevação do projeto, está revisando o inventário do patrimônio histórico da cidade. O coordenador da memória cultural da Secretaria Municipal da Cultural Luiz Antônio Custódio disse que há valor histórico nas residências, mas não havia esse reconhecimento quando foi permitida a derrubada dos casarões.
Ainda existe a possibilidade do município reverter a definição judicial. O presidente do Conselho do Patrimônio Histórico e Cultural Antonio Selmo pretende levar o assunto para discussão na próxima reunião do órgão. Os pareceres serão encaminhados para o prefeito José Fortunati.
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As casas:
Fotos de Gilberto Simon
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O Blog já publicou sobre as casas:
- 22/11/2010 – Estas casas tem valor histórico ?
- 21/11/2010 – Mobilização por prédios no Moinhos
Categorias:Arquitetura | Urbanismo, Imóveis, Prédios, Restaurações | Reformas
Falsos ambientalistas preocupados com transito local e valor de seus imoveis construidos sobre casas ainda mais antigas que estas. Ademais, decisao judicial se cumpre o resto e politica. Falando em politica, cada um tem a sua opiniao, portanto discordo da necessidade de tombar aquelas casas por nao serem em nada diferentes de muitas outras da regiao, mas se o proposito for o de nao aumentar a densidade demografica isso nao se faz com tombamento mas com mudanca no plano diretor e vale para toda a cidade e nao so para a Goldstein
Movimento lúdico na Luciana de Abreu próximo sábado (28/09): https://www.facebook.com/events/236735963144495/
Trechos do manifesto pré-divulgado:
“Porque uma cidade sem memória não é uma cidade de fato. A cidade não pode exercer um papel meramente funcional, mas deve ser formada por um conjunto de histórias, afetos, pessoas que passam, lugares que ficam.
[…]
Não somos idealistas ou românticos incorrigíveis. Queremos apenas que, a partir de agora, se estabeleça um diálogo entre a construção civil, o poder público e a comunidade. E que as decisões arbitrárias envolvendo o futuro de Porto Alegre e de sua paisagem parem na Luciana. “
O Mercado Imobiliário está dominado pelas multinacionais que destroem a cultura e procuram esconder nossa história. Fizeram isto na terra deles e agora “usam” nossa situação de crescimento e ainda forte discriminação social e domínio político de elites.