Justiça libera demolição de seis casarões no bairro Moinhos de Vento

Construtora Goldsztein quer construir condomínio na área nobre de Porto Alegre

Construtora Goldsztein quer construir condomínio na área nobre de Porto Alegre Crédito: Paulo Nunes

Construtora Goldsztein quer construir condomínio na área nobre de Porto Alegre  Crédito: Paulo Nunes

O Tribunal de Justiça liberou, na tarde desta quinta-feira, a demolição de seis casarões antigos na rua Luciana de Abreu, no bairro Moinhos de Vento, em Porto Alegre. Conforme a relatora da ação, desembargadora Marilene Bonzanine, não ficou comprovado que as residências sejam tombadas pelo patrimônio histórico e cultural do município.

A decisão judicial manteve o parecer de 1º grau em que a construtora Goldzstein obteve permissão para erguer um condomínio no local. A ação para tentar impedir a derrubada foi movida ainda em fevereiro de 2003 pelo Ministério Público. Na época, a promotoria de defesa do meio ambiente obteve uma liminar que suspendia a demolição das casas, construídas na década de 1930.

A promotora Ana Marchesan vai estudar a possibilidade de entrar com um embargo de declaração ou outro recurso contra a decisão judicial. O pedido foi encaminhado aos procurados do MP. Já a prefeitura, que permitiu a elevação do projeto, está revisando o inventário do patrimônio histórico da cidade. O coordenador da memória cultural da Secretaria Municipal da Cultural Luiz Antônio Custódio disse que há valor histórico nas residências, mas não havia esse reconhecimento quando foi permitida a derrubada dos casarões.

Ainda existe a possibilidade do município reverter a definição judicial. O presidente do Conselho do Patrimônio Histórico e Cultural Antonio Selmo pretende levar o assunto para discussão na próxima reunião do órgão. Os pareceres serão encaminhados para o prefeito José Fortunati.

Correio do Povo

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As casas:

Fotos de Gilberto Simon

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Categorias:Arquitetura | Urbanismo, Imóveis, Prédios, Restaurações | Reformas

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94 respostas

  1. Falsos ambientalistas preocupados com transito local e valor de seus imoveis construidos sobre casas ainda mais antigas que estas. Ademais, decisao judicial se cumpre o resto e politica. Falando em politica, cada um tem a sua opiniao, portanto discordo da necessidade de tombar aquelas casas por nao serem em nada diferentes de muitas outras da regiao, mas se o proposito for o de nao aumentar a densidade demografica isso nao se faz com tombamento mas com mudanca no plano diretor e vale para toda a cidade e nao so para a Goldstein

  2. Movimento lúdico na Luciana de Abreu próximo sábado (28/09): https://www.facebook.com/events/236735963144495/

    Trechos do manifesto pré-divulgado:

    “Porque uma cidade sem memória não é uma cidade de fato. A cidade não pode exercer um papel meramente funcional, mas deve ser formada por um conjunto de histórias, afetos, pessoas que passam, lugares que ficam.

    […]

    Não somos idealistas ou românticos incorrigíveis. Queremos apenas que, a partir de agora, se estabeleça um diálogo entre a construção civil, o poder público e a comunidade. E que as decisões arbitrárias envolvendo o futuro de Porto Alegre e de sua paisagem parem na Luciana. “

  3. O Mercado Imobiliário está dominado pelas multinacionais que destroem a cultura e procuram esconder nossa história. Fizeram isto na terra deles e agora “usam” nossa situação de crescimento e ainda forte discriminação social e domínio político de elites.

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