IBGE divulga as estimativas populacionais dos municípios em 2014

O IBGE divulga hoje, 28 de agosto de 2014, as estimativas das populações residentes nos 5.570 municípios brasileiros com data de referência em 1º de julho de 2014. Estima-se que o Brasil tenha 202,7 milhões de habitantes e uma taxa de crescimento de 0,86% de 2013 para 2014. O município de São Paulo continua sendo o mais populoso, com 11,9 milhões de habitantes, seguido por Rio de Janeiro (6,5 milhões), Salvador (2,9 milhões), Brasília (2,9 milhões) e Fortaleza (2,6 milhões). Os 25 municípios mais populosos somam 51,0 milhões de habitantes, representando 25,2% da população total do Brasil.

As estimativas populacionais são fundamentais para o cálculo de indicadores econômicos e sociodemográficos nos períodos intercensitários e são, também, um dos parâmetros utilizados pelo Tribunal de Contas da União na distribuição do Fundo de Participação de Estados e Municípios. Esta divulgação anual obedece à lei complementar nº 59, de 22 de dezembro de 1988, e ao artigo 102 da lei nº 8.443, de 16 de julho de 1992.

A tabela com a população estimada para cada município foi publicada no Diário Oficial da União (D.O.U.) de hoje, 28 de agosto de 2014.

Uma análise completa das estimativas populacionais pode ser consultada no link: http://www.ibge.gov.br/home/presidencia/noticias/pdf/analise_estimativas_2014.pdf

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Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas – DPE, Coordenação de População e Indicadores Sociais – Copis.

Quando se excluem as capitais, os municípios mais populosos são Guarulhos (1,3 milhão), Campinas (1,2 milhão), São Gonçalo (1,0 milhão), Duque de Caxias (878,4 mil), São Bernardo do Campo (811,5 mil), Nova Iguaçu (806,2 mil), Santo André (707,6 mil), Osasco (693,3 mil) e São José dos Campos (681,0 mil). Os 25 municípios mais populosos com exceção das capitais somam 17,0 milhões de habitantes, representando 8,4% do total da população do Brasil em 2014.

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Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas – DPE, Coordenação de População e Indicadores Sociais – Copis.

Serra da Saudade, no estado das Minas Gerais, é o município brasileiro de menor população, estimada em 822 habitantes em 2014, seguido de Borá, em São Paulo, com 835 habitantes. Atualmente, esses dois municípios são os únicos no país com menos de mil habitantes em 01/07/2014. A população dos 25 municípios menos populosos soma 32.946 habitantes, representando aproximadamente 0,02% da população total do Brasil.

Entre as regiões metropolitanas, a RM de São Paulo continua sendo a mais populosa, com 20,9 milhões de habitantes, seguido da RM do Rio de Janeiro (11,9 milhões de habitantes), da RM de Belo Horizonte (5,8 milhões de habitantes), da RM de Porto Alegre (4,2 milhões de habitantes) e da Região Integrada de Desenvolvimento (RIDE) do Distrito Federal e Entorno (4,1 milhões de habitantes). As 25 regiões metropolitanas mais populosas somam 87,0 milhões de habitantes, representando 42,9% da população total.

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Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas – DPE, Coordenação de População e Indicadores Sociais – Copis.

No ranking dos estados, os três mais populosos localizam-se na região Sudeste, enquanto os três estados menos populosos localizam-se na região Norte. O estado de São Paulo é o mais populoso, com 44,0 milhões de habitantes e 21,7% da população total do país, seguido de Minas Gerais, com 20,7 milhões de habitantes (10,2% da população total), e Rio de Janeiro, com 16,5 milhões de habitantes (8,1% da população total). O estado de Roraima é o menos populoso, com 496,9 mil habitantes (0,2% da população total), seguido do Amapá, com 750,9 mil habitantes (0,4% da população total), e Acre com 790,1 mil habitantes (0,4% da população total).

Municípios de médio porte são os que mais crescem no Brasil

As maiores taxas geométricas de crescimento da população verificadas entre 2013 e 2014 estão nos municípios de “médio porte”, que possuem entre 100 mil e 500 mil habitantes em 2014 (1,12%). Esses municípios, em geral, são importantes centros regionais em seus estados, ou integram as principais regiões metropolitanas do país, configurando-se como áreas de atratividade migratória.

O crescimento nos municípios com mais de 500 mil habitantes (0,84%), por outro lado, é menos acentuado, sendo menor que a média nacional (0,86%). Essa tendência é influenciada, sobretudo, pelo ritmo lento de crescimento de algumas das principais capitais e núcleos metropolitanos, como, por exemplo, Porto Alegre, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Belém, Recife e São Paulo. Atualmente, as taxas de crescimento dessas capitais se encontram abaixo da média nacional.

Os pequenos municípios brasileiros, em média, apresentam as menores taxas de crescimento populacional entre os anos de 2013 e 2014. O baixo crescimento, ou até decréscimo em muitos casos, pode ser explicado pelo componente migratório, influenciado por seu baixo dinamismo econômico. Para os municípios com população de até 100 mil habitantes, a taxa de crescimento estimada foi de 0,72%.

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O município com maior taxa de crescimento entre 2013 e 2014 foi Nova Redenção (BA) com 10,87%, que passou de 8.527 para 9.453 habitantes. O de menor crescimento foi Satuba (AL) com taxa de -15,87%, passando de 15.737 para 13.241 pessoas. Já em relação às capitais, a que mais cresceu foi Palmas (2,91%), de 257.903 para 265.409, e a que menos cresceu foi Porto Alegre (0,32%), de 1.467.823 para 1.472.482 habitantes.

Metodologia usada pelo IBGE

Em 2013, o IBGE divulgou a projeção da população para as unidades da federação do país, por sexo e idade, pelo método das componentes demográficas, o que representou um aprimoramento metodológico. Dessa forma, as estimativas da população residente para os municípios brasileiros, com data de referência em 1º de julho de 2014, foram elaboradas a partir dessa projeção para cada estado, incorporando os resultados dos parâmetros demográficos calculados com base nos resultados do Censo Demográfico 2010 e nas informações mais recentes dos registros de nascimentos e óbitos.

IBGE – Comunicação Social

Mais tabelas:

ibge-2014-pop-ufs

ibge-2014-pop-capitais

ibge-2014-taxa-crescimento-capitais

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Comentário do Affonso Ritter:

População do RS diminuirá

Um processo migratório do Oeste para o Leste, uma população mais envelhecida e redução das disparidades econômicas entre as diferentes regiões do Rio Grande do Sul. Esse é o cenário traçado pela Fundação de Economia e Estatística (FEE) para o Estado nos próximos 16 anos. Os pareceres estão no estudo RS 2030: Agenda de Desenvolvimento Territorial, divulgado nesta quinta-feira (28). A hipótese central do documento é que, em torno de 2025, o número de habitantes no território gaúcho deve parar de crescer e começar a diminuir.



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3 respostas

  1. Para mim, isso pode revelar duas coisas:
    – A Região Metropolitana está crescendo pra caramba;
    – O planejamento familiar de quem RESIDE nos limites territoriais da cidade está sob controle.

    Da forma como vem sendo apresentada pela imprensa, a pesquisa mostra muito pouco material para fazer qualquer análise relevante, como êxodo rural, crescimento da densidade demográfica nas regiões metropolitanas, planejamento familiar, etc.

    Seria interessante termos dados do RS e do Brasil por microrregiões para entendermos as dinâmicas de trabalho da população, quais as cidades-satélite, etc.

    • “O planejamento familiar de quem RESIDE nos limites territoriais da cidade está sob controle.”

      Além disso, para manter esse baixo crescimento, é necessário que as pessoas deixem de migrar para Porto Alegre. Isso deve estar acontecendo pelo simples tipo de emprego em Porto Alegre, bem como problemas no transporte.

      Acho que o porto-alegrense que consegue trabalho em Canoas se muda para Canoas, mas dificilmente o contrário, devido aos custos da habitação, comparado com o salário oferecido.

      O setor de serviços de Porto Alegre é o que mais emprega e é formado basicamente por comércio, serviços burocráticos, enfermagem… esses trabalhadores recebem pouco para justificar a mudança de residência para Porto Alegre.

      Já a indústria de Canoas e Gravataí, por exemplo, emprega muitos engenheiros, supervisores e gerentes, com salário que justificam a mudança de residência.

    • Concordo com teus 2 pontos e aí vão mais algumas idéias…
      1) POA não tem mais pra onde crescer (quero dizer, pra onde pode crescer, fica longe da área central);
      2) As cidades da Região Metropolitana são muito mais atraentes para empresas e, consequentemente, atraem mais pessoas;
      3) Segundo a revista Exame, 45% das residências de POA pertencem a classe A e B. Ou seja, mora aqui quem pode pagar e talvez seja mesmo o plano dos governantes, como acontece em São Paulo, as indústrias vão pro interior do estado e as sedes ficam na capital. (Obs.: A diferença é que São Paulo é um grande mercado e mantem as empresas, pelo menos dentro do estado. No RS, as empresas fogem daqui mesmo. O governo quer atrair empresas de outros países pra cá, mas se nega a dar benefícios as indústrias locais. Sem contar na burocracia absurda daqui. Veja quanto tempo demora pra abrir uma empresa no PR, SC, SP e comparem com o tempo que leva aqui no nosso estado.) Uma pena pro RS que eu tanto amo, mas estamos mal de políticos mesmo.

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