ONG vai acionar MP pedindo mudanças na revitalização do Cais Mauá

Com 5 mil assinaturas, grupo denunciou irregularidades no processo

Para IAB, faltou participação popular na decisão sobre projeto no cais | Foto: Tarsila Pereira / CP Memória

Para IAB, faltou participação popular na decisão sobre projeto no cais | Foto: Tarsila Pereira / CP Memória

Um grupo formado por advogados, arquitetos, sociólogos e ambientalistas já reuniu quase 5 mil assinaturas para tentar barrar a revitalização do Cais Mauá conforme planejado pela Prefeitura de Porto Alegre. O abaixo assinado vai ser entregue ao Ministério Público em maio.

O coletivo Cais Mauá de Todos reclama de irregularidades no processo de contratação da empresa Porto Cais Mauá do Brasil, que gerencia as obras, que pretendem reformar 2,5 quilômetros da orla do Guaíba no Centro. Conforme dois processos já em tramitação no Ministério Público, após inspeção do Tribunal de Contas do Estado, foram constatados problemas no projeto de revitalização da área portuária. O plano de construções foi entregue incompleto à Secretaria Municipal do Meio Ambiente. Além disso, houve demolição de edificações não protegidas pelo Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), mas que já tinham aprovação do órgão de proteção ao patrimônio cultural.

O representante do grupo, João Volino, garante que o movimento não quer impedir a revitalização da região do Cais, mas corrigir os erros. O projeto de revitalização, para o coletivo, precisa contemplar espaços populares como centro de artesanato e área para a Feira do Livro de Porto Alegre. “Queremos que o projeto seja apresentado para a população. Assim, não tem legitimidade.”

O que disse o IAB

Para o o presidente do Instituto dos Arquitetos do Brasil (IAB), Tiago Holzmann, a solução encontrada para a revitalização é equivocada. O arquiteto entende que faltou participação da comunidade para definir o que é melhor para o espaço público. “É necessário recuperar o planejamento sabendo o que a população quer para as margens do Guaíba. O projeto que está posto por esse consórcio que ganhou a licitação é a colocação de um shopping center ao lado do Gasômetro e duas torres. A cidade não precisa disso”, justificou.

A Prefeitura sustenta que audiências públicas foram realizadas sobre o projeto. As obras de revitalização estão paralisadas desde fevereiro, porque o relatório de impacto ambiental ainda não foi aprovado pela Secretaria de Meio Ambiente.

Samantha Klein / Rádio Guaíba / Correio do Povo

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Alguns comentários de leitores do Blog sobre o projeto chamado plano B, que vale a pena ler de novo:

Pra esses arquitetos de trabalho de conclusão tudo é lindo e funcional.
Sabe quando farão paredes móveis e automatizadas? NUNCA.

Participei do projeto do cais e foi uma depenação atras da outra pra cortar gastos. Alguém teve uma ideia genial de fazer os muros com água para não pixarem. Isso sim é “pensar”.

Outra: quem vai investir em um espaço só de parques, que não haja retorno financeiro a um bom nível? Ninguém, e se o fizerem, vai ser mais um parque abandonado de Porto Alegre. O mesmo povo que acha a redenção o máximo mas não vê que é uma bosta de parque mal cuidado, que teria um baita potencial se cuidassem.
Só discordo de uma única coisa nesse projeto do cais: ao invés de restaurantes e bares, querem colocar mais lojas bregas de móveis que ninguém frequenta. Isso espanta gente tanto quanto um parque caindo aos pedaços.

Sobre esse pessoal ser do contra? É o mesmo pessoal que nem pensa nos benefícios, nos empregos e tudo mais. A turma da “alegria”. Mas que adora se siriricar no Puerto Madero. Johnnie

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Projeto ridículo..imaginem aquela area linda com o por do sol que é um dos mais lindos do mundo e uma big praça aos moldes das praças lotadas de mendigos que temos hoje em poa. Será que merecemos isso? Mais praças abandonadas para mendigos? Prefiro entregar para iniciativa privada!!!! Maurício

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Projeto fraquíssimo do mais puro amadorismo, bem na linha mediocridade na qual a capital gaúcha está atolada. Maurício Cardozo.

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Cansei de debater sobre essas coisas. Porto Alegre está anos luz atrasada, e a culpa é do próprio cidadão que é do contra à tudo e a todos. Preferem ver lixões a céu aberto do que prédios bonitos e modernos. Preferem lixos à beira rio do que um calçadão… Vetaram um prédio de 24 andares no Pontal do Estaleiro e aprovaram de 22 andares. Pelamordedeus, que diferença faz 2 andares? Melhor para o meio ambiente um prédio de 50 andares com areas verdes em volta, do que esses prediozinhos de 12 andares que em POA tem aos milhoes… Cidade do passado…. Diego

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Porto Alegre, capital do atraso!!!!! Sem o projeto original do cais maua (que ainda vai pra audiencia pública, sem comentarios…), sem projeto da orla, sem pontal do estaleiro. Vai tudo virar praça igual às novas la da praia de belas, ou seja, com mendigo ja morando la, alias, é isso que querem mesmo. Parabens!!!!! Alexandre

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Quem vai pagar?
E por que gastar dinheiro com uma coisa tão sem graça? Guilherme

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Pior que não custaria centenas de milhões, é um projeto que promete muito resgate e qualificação mas no fim se mostraria reducionista, com poucas intervenções que exigissem grande investimento. Os armazéns provavelmente seriam aproveitados com um fim do tipo centro de artesanato municipal, “Grupo Cênico Guarani-Kaiowa”, e outras tosquices relacionadas…

A intervenção nos armazéns e arredores seriam porcas, pois se tratando de investimento público integral, ou 80, 90% integral, a última coisa que pensam e prezam é o capricho estético. Como vai ser “algo voltado pro povo, sem elitismo”, o projeto perde aquele caráter e padrão internacional prometido na 1a intervenção, que qualificaria a área tanto em termos turísticos como pra todas as classes da cidade, INCLUINDO a “elite”.

Enfim, a única coisa que resultaria dessa proposta do pessoal da UFRGS (e quem mais seria :/), seriam intervenções públicas porcas (pois sabemos que elas são, por experiência própria) e no decorrer de alguns meses a região estaria no nível das praças centrais, abandonada, sem manutenção, com a ZH fazendo matérias sobre a sub-utilização dos armazéns pois ninguém quer empreender num lugar em que não consomem… Mas os esquerdinhas estariam felizes pois poderiam fumar maconha sentados a beira do cais sem ser importunados. noize (do Skyscrapercity)



Categorias:Projeto de Revitalização do Cais Mauá

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37 respostas

  1. Continuo achando o projeto deles com a lacuna óbvia: quem vai pagar?

  2. Se eu fosse um empresario nao iria investir numa cidade infestada por essa gangue do atraso…alguem em santa consciencia iria colocar seu $$$ na Coreia do Norte?

  3. Quem é o IAB, quem é esta ONGzinha, quem são estes “5 mil signatários” que acham que falam em nome de um milhão e meio de pessoas? Este ranço autoritário ideológico da velha (pseudo) dicotomia privado x público já cansou. Qualquer arquitetinho de quinta categoria senta na frente de um computador, com os recursos de maquete eletrônica hoje disponíveis, faz os renders que o jornal Metro publicou e… pronto! Eis que surge o “Plano B”. É muita arrogância. É muito desrespeito. É muito amadorismo. Isso aqui nunca vai deixar de ser uma província.

    • Perfeito comentário Diego. Falou o que todos nós pensamos!!

    • Não fala o que penso. Veja bem, acho que o projeto oficial é meia boca mas deve ser feito. Mas assim como a IAB não representa 1,5 milhão de pessoas ao menos eles representam 5 mil. O projeto oficial não representa ninguém pois não houve abertura para discussão. Tanto que tomou atitudes questionáveis como se desfazer de guindastes e prevê transformar o espaço em lojas de móveis.

      Mas sei como é, debate com a comunidade é algo que só acontece por aqui na hora de abrir uma ciclovia.

  4. A extrema esquerda odeia a iniciativa privada. Exceto quando pinga uma graninha no bolso. Nada como um bizu pra desmistificar ideologias.

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