Porto Alegre questiona a geração de resíduos para o Mundial de 2014

Seminário na Fiergs debateu os impactos na infraestrutura da cidade. Foto: Marcelo Ribeiro / JC

As preocupações com a sustentabilidade das obras da Copa do Mundo de 2014 foram discutidas na quinta-feira no 1º Seminário de Infraestrutura e seus Aspectos Sustentáveis para a Copa de 2014, na Fiergs. Os aspectos ambientais estiveram no centro dos temas apresentados pela prefeitura da Capital, sobretudo em aspectos relacionados às consequências dos investimentos, que devem gerar 2 milhões de resíduos da construção civil (RCCs) em apenas três anos.

A Secretaria Municipal do Meio Ambiente (Smam) atuará em duas frentes para o evento: o licenciamento e a agenda ambiental. Nesta última, os municípios devem se adequar a exigências, como eficiência energética, incentivo à reciclagem e minimização da geração de resíduos. É nesse ponto que os RCCs são uma preocupação para a Smam, cuja produção dos grandes geradores (ou seja, empreiteiras e indústrias) é de 60% do total, número que deve aumentar consideravelmente com as obras do evento.

O titular da Smam, Luiz Fernando Záchia, lembrou que os grandes geradores, que legalmente são responsáveis pelo destino dos resíduos, transferem o encargo para o poder público, o que não pode acontecer durante a Copa, sob o risco de que o processo entre em colapso.

Conforme Záchia, os governos já estão fazendo a sua parte, trabalhando em parceria com o Ministério Público e o Exército para encontrar soluções para o problema. O único aterro para RCCs de que dispõe a Capital, a Central de Resíduos Ábaco, no bairro Sarandi, não comportará a demanda dos próximos anos. Atualmente, a produção do município é de 75 mil toneladas. Para isso, estão sendo verificadas possibilidades de projetos de aterro em localidades como a pedreira na Lomba do Pinheiro. Atualmente, as grandes geradoras têm usado o aterro de Canoas, que, conforme o secretário, é inviável para a Copa, pois aumenta os custos e dificulta o acesso da maioria das obras, que serão realizadas na região centro-sul da Capital.

A reciclagem também deve ser cogitada. Záchia lembra que as organizações privadas, por meio de suas federações e sindicatos, devem tomar a iniciativa, transformando isso em uma atividade econômica rentável e geradora de emprego. Ele lembra que em cidades como São Paulo e Belo Horizonte, a escolha do local para a realização do evento contou com o planejamento de uma usina de reciclagem.

Outro desafio de responsabilidade da secretaria são os licenciamentos ambientais. Conforme o secretário, a licença para as obras da Copa é prioritária, porém os projetos ainda não foram entregues. “Se forem entregues no prazo, vão ser licenciados no prazo”, assegura. Záchia garante que o licenciamento, que contará com um grupo de trabalho para agilizar o processo, não será negligenciado. Uma equipe técnica da Smam também será designada para vistoriar todas as obras.

Obras prontas só às vésperas do evento

Os questionamentos da população a respeito da concretização de todas as obras previstas para a Copa de 2014 foram contestados pelo prefeito José Fortunati no seminário na Fiergs. Para o prefeito, Porto Alegre é a única cidade-sede que duvida do seu potencial, e denominou as pessoas que acreditam que as obras não serão concretizadas como “caranguejos”.

O secretário municipal de Gestão Estratégica, Newton Baggio, comentou que é provável que nem todas as obras que seriam necessárias para a cidade e que deveriam ter sido exigidas como contrapartida para outros investimentos saiam do papel. Porém garantiu que todas as previstas, como investimentos específicos para a Copa, serão concluídas, ainda que em julho de 2014, o que não deve comprometer a realização do evento.

Conforme Baggio, o atraso pode se dar para que a Capital não vire um canteiro de obras, necessitando de muitos desvios no trânsito. “Não somos loucos de achar que todas as obras serão executadas ao mesmo tempo e com a mesma eficiência, senão a cidade entra em colapso.”

Jornal do Comércio



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17 respostas

  1. Resíduos é uma coisa que POA entende.

    Seus cidadãos (sujando a orla) e a prefeitura (não limpando-a) são um bom exemplo de ação conjunta em prol da destruição da orla de uma cidade. Será o grande triunfo de POA para a Copa. Simples e triste assim.

  2. Correção: onde está escrito “uma” leia-se “muita”.

  3. Fortunati começou prometendo uma coisa, e agora não consegue cumprir. O Rio inaugurou mais 20km de ciclovia na Zona Oeste, incluindo calçamento e arborização. Para o SAARA estão previstos reforma de calçadas, aterramento de redes de energia, banheiros públicos e nova praça. E Porto Alegre?

  4. Fortuna; se nós somos caranguejos, tu és uma hiena….que come m**** e ri à toa.

  5. Seus caranguejos.

  6. ““Não somos loucos de achar que todas as obras serão executadas ao mesmo tempo e com a mesma eficiência, senão a cidade entra em colapso”.
    1 – Então é melhor fazer o menos possível de obras, né?
    2- Quando mesmo que Porto Alegre soube que seria sede? Ontem?
    3- E o que é mesmo pla-ne-ja-men-to?

  7. Xiiiiiiiiiii…
    Será que o prefeito lê este blog?
    Tomara que sim, assim saberá o que pensa uma parcela importante da população da cidade.

  8. ” Porém garantiu que todas as previstas, como investimentos específicos para a Copa, serão concluídas, ainda que em julho de 2014, o que não deve comprometer a realização do evento.”

    Vejam que delícia de declaração. O cara tem a coragem (não fica nem vermelho) em afirmar que as obras ESPECÍFICAS podem ficar prontas na véspera do jogo e que está tudo bem. Eu gostaria muito que a FIFA tomasse conhecimento desse tipo de afirmação. Ela descredencia Poa imediatamente ao saber disso.

    Essa cambada de políticos falastrões abriu demais a boca logo que o Brasil foi escolhido sede da Copa. Falaram tanta asneira e fizeram tanto alarde de obras e investimentos…e agora estão tropeçando nas próprias línguas mentirosas. Não durou mais do que 1 anos as falácias. As máscaras caíram…os veus foram despidos. Tá todo mundo de bundinha de fora…pegando o ventinho gelado do inverno. Que hora hein!

  9. “Não somos loucos de achar que todas as obras serão executadas ao mesmo tempo e com a mesma eficiência, senão a cidade entra em colapso.” (Baggio)

    É verdade. Louco eles não são. São apenas incompetentes.
    Não vão executar nem ao mesmo tempo nem em tempos diferentes. Simplesmente não vão fazer. Até aí tudo bem…..só há um PORÉM; Queria saber o destino das centenas de milhões de reais que a União liberou para as obras…..ah, isso eu gostaria muito de saber no futuro.

  10. Para o prefeito, Porto Alegre é a única cidade-sede que duvida do seu potencial, e denominou as pessoas que acreditam que as obras não serão concretizadas como “caranguejos”.

    Estou me divertindo com tudo isso.
    Da série Mastercard – Ver o desespero verborrágico dos nossos débeis administradores e politicozinhos inúties – NÃO TEM PREÇO.

    Nem 1/3 da Beira-rio esse prefeitozinho de ARAQUE consegue executar. A única coisa que ele sabe fazer é subir no picadeiro e colocar um nariz de palhaço pra todo mundo rir. Se ele tivesse vergonha na cara, renunciava ao cargo e voltaria pro seu ambiente natural que é a savana africana….com a sua manada de girafas.

  11. Sim, sim… vamos resolver todos problemas da cidade por causa de um jogo de bola em 2014. Mesmo tendo dificuldade de reformar uma praça no centro.

  12. Bem, iria comentar a palhaçada de sermos chamados de “caranguejos”, mas o Julião está mandando ver com os comentários hoje… hehehe… me poupou o trabalho.

    Hoje, para vir até o trabalho no centro, peguei o tal ônibus novo da Carris com a “pintura” da Copa de 2014. O ônibus é bom, padrão Carris. Mas só isso não basta! E o BRT? E as reformas das paradas da Protásio, Assis Brasil, etc? Vão encher a cidade de bandeirinhas em 2014 e vão dizer que é isso! ALÔ prefeitura, eu nasci ontem não!

  13. Falou e disse Julião! É desculpa para colocarem a culpa da incompetência e letargia da prefeitura em nós cidadãos!

  14. Não, prefeito, pelo contrário, se os caraguejos puxam para baixo, as pessoas que acreditam que as obras não serão concretizadas, na verdade, lutam para nivelar a cidade por cima: estamos ajudando a pressionar para que as coisas aconteçam.

    Caranguejos são aqueles que são contra essas obras, isso sim. Nós não só somos a favor, como queremos que as obras da Copa sejam feitas o mais rapidamente possível, porque Porto Alegre precisa de mais.

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