Cais Mauá ganha data para licença

Agora vai? Licença de Instalação deve ser entregue na manhã de 5 de dezembro pela prefeitura ao consórcio Cais Mauá do Brasil, que estipula 18 meses de obras nos armazéns

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Projeto de Revitalização do Cais Mauá.

Está na mesa do prefeito Nelson Marchezan Jr. a LI (Licença de Instalação) de uma das obras mais polêmicas de Porto Alegre – um projeto ao mesmo tempo defendido por uns e questionado por outros. Já existe até data e meio que um horário para a cerimônia de entrega da licença: 5 de dezembro, às 10h30 ou às 11h. Ainda que a própria empresa não confirme. “A informação que eu tenho é essa. Mas não tem nada confirmado. A princípio, será nesse dia”, comenta o diretor de Operações do consórcio Cais Mauá do Brasil, Sérgio Lima.

A importância da LI é que ela permite o início das obras. Antes disso, no entanto, o consórcio, vencedor da licitação em 2010, ainda deverá entregar ao governo do Estado o cronograma das obras. “O início das obras deve levar mais um tempo porque será preciso estabelecer um cronograma. Assim que recebermos a licença, no dia seguinte começaremos as ações”, afirmou o diretor.

A primeira fase dos trabalhos envolverá os armazéns tombados pelo patrimônio histórico. A empresa calcula que a restauração levará 18 meses, o que significa que somente em 2019 haverá chance de a população começar a aproveitar a área.

Depois dos armazéns, será a vez das docas e, por fim, da região da Usina do Gasômetro. Os dois setores são os que envolvem as maiores polêmicas, como a construção de torres comerciais e de um shopping. Lima adiantou que o projeto do shopping ainda será debatido e pode sofrer vá- rias mudanças na concepção que se acredita que teria hoje.

As construções comerciais e a presença de um estacionamento para 4 mil veículos estão entre os itens criticados pela Amacais (Associação dos Amigos do Cais do Porto). A advogada Jacqueline Custó- dio, da Amacais, disse que foi surpreendida pela notícia da marcação da data de entrega da LI exatamente três dias depois de entregar ao Ministé- rio Público de Contas uma representação sobre a situação dos armazéns. Os prédios estão em más condições. “Nos últimos temporais, muitas telhas foram arrancadas”, exemplificou.

Fundos de pensão

A previsão de uma data no horizonte do empreendimento pode aliviar gestores e participantes de fundos de pensão espalhados pelo país que investiram no Cais Mauá e temem sofrer prejuízos se a obra não sair. Há duas semanas, alguns cotistas aceitaram a prorrogação da carência de resgate do Fundo de Investimento em Participações Cais Mauá em mais quatro anos.

Jornal Metro Porto Alegre – André Mags – 22/11/2017



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37 respostas

  1. Segundo informação oficial do Consórcio Cais Mauá, o prazo para a execução de todo o projeto é inacreditáveis SEIS anos. E isso, considerando que é uma propaganda favorável vinda do investidor. Sem comentários. Resumo da ópera: Confirrmadíssimo! Conto do vigário.

  2. Pelo que eu desvendei do projeto aprovado e do site oficial Cais Mauá, a primeira fase (a que foi aprovada), será a revitalização dos armazéns; o que me deixa bem intrigado. Todo mundo sabe que o sustentáculo financeiro do empreendimento todo é o shopping e os prédios comerciais. Por que o empreendedor iria começar a obra executando justamente a parte que não dá âncora financeira ao negócio? Não faz sentido. Eu solicitei ao Rodrigo que nos trouxesse aqui detalhes do que foi efetivamente aprovado, mas ele ainda não apareceu por aqui para nos informar. Mas pesquisando em reportagens e casando as metragens quadradas, descobri que o que foi aprovado é apenas a parte dos armazéns.

  3. Um trabalho de investigação ao Gilberto. Obter vistas ao projeto aprovado na PGM e divulgar algumas fotos da magnitude do empreendimento. Segundo o Rodrigo há 2.500 pranchas de projeto só da parte dos armazéns. Talvez ele mesmo não tenha noção do que sejam 2.500 pranchas. Isso dá uma pilha de 6 metros de pranchas dobradas. Isso é umas 10 vezes mais pranchas do que o monumental complexo de torres no Ground Zero em NY. Que viagem hein, Rodrigo. A minha desconfiança é a seguinte; até que o Giba consiga informações oficiais, suspeito que o tal projeto do Cais não passe de uma revitalizada nos armazéns. Nada de shopping e nada de prédios comerciais/residenciais dos rênderes.

    • Prezado Zé, eu faço parte da equipe do projeto. Abs

      • Ótimo, Rodrigo. Se você puder trazer ao blog alguns detalhes do projeto, seria ótimo. O que ele contempla em termos de novas edificações. Foram aprovados o shopping, o hotel e os três prédios próximos à rodoviária? Abraço.

  4. Não faz o menor sentido o discurso deste Zé, é por óbvio que um projeto desta magnitude foi aprovado, aliás, foi rigorosamente analisado e debatido com diversas secretarias da prefeitura além dos conselhos e outras tantas instituições. O processo de aprovação foi extremamente moroso, faz exatamente um ano que o Cais está de mãos atadas esperando esta licença pois já foram cumpridas todas as etapas de licenciamento. E quanto aos projetos, são mais de 2.500 pranchas só do projeto arquitetônico dos armazéns, quase 400 profissionais de todas as disciplinas envolvidas…mais de 40 escritórios…um trabalho monstruoso.

    • A ver se entendi…

      Então existe sim um projeto arquitetônico físico, impresso, assinado. Este projeto foi devidamente protocolado e está sendo devidamente analisado por órgãos da própria prefeitura…
      É isso então?

    • Se você descer mais a página lerá que eu mesmo trouxe aqui o número do expediente de aprovação do projeto. Fase superada. Agora o que resta saber é se o investidor vai tocar o empreendimento.

  5. O Estudo de Impacto Ambiental foi entregue à prefeitura há 2 anos. Não entendo de trâmites de arquitetura, espero que o Cais Mauá entenda… http://www2.portoalegre.rs.gov.br/portal_pmpa_novo/default.php?p_noticia=178799&CONCLUIDO+ESTUDO+DE+IMPACTO+AMBIENTAL+PARA+OBRAS+DO+CAIS+MAUA

    • Tudo nessa grande e interminável peça fictícia é excêntrico (fora do eixo). Desde o surgimento da novidade “grupo espanhol quer revitalizar o cais”, até os dias de hoje. Prestem atenção ao encadeamento das notícias. Foi toda uma sequência de conversas e desconversas. Literalmente tudo aconteceu. Desde a queda de braço entre estado, união e município (em mais de uma gestão em todas as esferas públicas), passando por disputas ideológicas, informações x desinformações, comunicados conflitantes do investidor, projetos arquitetônicos fantasmas que nunca ultrapassaram a barreira do render, etc, etc e etc. Vocês percebem o que está acontecendo (e sempre esteve acontecendo)? Eu simplifico; o que está em jogo é uma grande disputa política, multipartidária e em todas as esferas públicas envolvidas nisso. Há muitas “arestas” a ser aparadas. Democracias extremamente frágeis como a nossa, são palco ideal para esse tipo de coisa. Grandes obras públicas são como açúcar para formigas famintas. Porém neste caso específico, eu ainda continuo duvidando se realmente há um grupo investidor espanhol interessado. Algo me diz que isso foi um grande conto do vigário e que os interesses são outros. Façam uma reflexão.

    • Eu também imaginei que o projeto, inclusive o projeto detalhado, já estivesse pronto a muito tempo. Até porque não faz sentido Estudo de Impacto Ambiental sem projeto.

      • Está faltando mais boa vontade da imprensa, pra mandar a campo um repórter investigador sobre esse caso. Como e quando isso surgiu? Existe de fato um investidor? Quando o assunto chegou a público, o troço foi anunciado pelo assessor eterno (com trânsito livre em vários governos, estadual e municipal) Edemar Tutikian. Figurinha carimbada das gestões públicas. Sempre com um discurso bem concatenado, sereno, convincente, quase sedutor. Ele foi destacado pela ex-governadora Yeda para divulgar a novidade. Posteriormente ele foi guindado à administração Fortunati e, obviamente, o discurso sobre o Cais se manteve forte. Mas eu só sei até este ponto. Desconheço as entranhas da gestão. Esse caso requer inclusive, uma visitinha básica à Espanha, pra verificar se o tal investidor realmente quer (ou queria) fazer esse projeto. Lá, em terras espanholas, o repórter poderia investigar a veracidade dos fatos, entrevistando pessoas, comendo o mingau pelas beiradas. Dá pra decifrar esse enigma, mas tem que trabalhar.

        • Vc tem um discurso bem político, mas parece que vc conhece muito bem o assunto. Faz um resumão, quem sabe o Gilberto publica e assim conseguimos entender o caso. Eu estou bem confuso, na verdade

  6. Bem, segundo os meus colegas arquitetos, talvez haja projeto aprovado fora da UAP SMURB. O que seria muito estranho. Um projeto que envolve ocupação de solo em Poa, que não passou pela Unidade de Aprovação de Projetos. Fico imaginando então, se for verdade que há projeto arquitetônico aprovado (eu nunca vi), em que setor ele poderia ser aprovado. Sabemos que não foi aprovado também na Comissão de Análise Urbanística (CAUGE) que fica no Escritório Geral de Licenciamento Regularização Fundiária, vulgo Edificapoa. Sei que as licenças ambientais até já podem estar sendo aprovadas, mas também não sei se passaram ou estão na SMAM ou FEPAM….ou até em ambas, já que há uma interposição de estado e município nesse projeto.

    • Pergunta ingênua de minha parte, mas necessária.
      O fato de se tratar de área de interesse especial e legislação específica, por pertencer à superintendência dos portos (governo federal) não teria um tramite de aprovação de projeto em outra esfera antes?
      Por exemplo, a prefeitura aprovou o projeto do aeroporto? Dentro de quartéis a prefeitura aprova os projetos das edificações que ali se constroem?
      Não seira um caso similar de o projeto estar tramitando (ou não) em outra instância?

      • É possível. É isso o que alguns dos meus colegas acham que aconteceu, mas é apenas uma hipótese. O ideal seria descobrir o número do expediente protocolizado.

        • Estou dando uma pesquisada na web e tudo o que encontrei foram notícias absolutamente desconexas e vagas divulgadas por jornalistas que não sabem diferenciar projeto aprovado, de EVU, de render, de intenção, de qualquer coisa. Minhas desconfianças de que não há projeto arquitetônico e estrutural algum aprovado se robustecem. Não sei, inclusive, se há entrada de expediente único de aprovação de projeto em algum órgão municipal, estadual ou federal. Apenas encontrei notícia sobre EVU aprovado na SMURB e na CAUGE. Mas só EVU. Diz o site da PMPA que foi aprovado em nov. 2016…e também não sei se é notícia confirmando pedido de EVU ou EVU efetivamente aprovado, já que as notícias da PMPA não são muito transparentes em se tratando de anúncios políticos.

          • O projeto estrutural também tem que ser aprovado?
            Tem certeza disso?

            Também fiz uma pesquisada na internet durante o meio dia e não achei nada de realmente concreto… apenas especulações de estudos e renders.
            Conversei com um amigo construtor que executa obras que me esclareceu que obras dentro de algumas áreas militares não necessitam aprovação de projeto arquitetônico. Muitas vezes vêm com projetos executivos prontos de fora do Estado e não consideram em nada parâmetros urbanísticos (IA, TO, permeabilidade, etc). Ele me informou que após concluída a obra é mandado um desenho de situação para a prefeitura cadastrar, mas nada é aprovado. Ele também me informou que talvez a área do cais pertença a Marinha, portanto, o processo não passaria por aprovação de projeto junto à prefeitura municipal…
            São conjecturas, mas o que de fato está em questão é a dúvida sobre a existência (ou não) de projeto arquitetônico e/ou executivo para a área.

          • Não deixa de ser muito instigante essa “estória”. Um projeto dessa magnitude, tão amplamente debatido e divulgado na mídia, é impossível que ninguém saiba nada sobre o projeto aprovado. Quem fez, quando fez, aonde fez, por quem passou, etc. Não pode ser um mistério. Se existe, tem que estar em algum lugar e muita gente deveria ter conhecimento.

  7. Isso é um misto de machete requentada com factóide repaginado. Agora uma informação; ao contrário do projeto Estaleiro, aqui na SMURB o projeto Cais Mauá nunca transitou em setor algum. Não chegou sequer ao setor de EVU, que é o início de tudo. Esse projeto por enquanto só existe no imaginário das pessoas, quanto mais a obra. A expressão inglesa pra isso é fairytale. Conto de fadas.

    • Zé, a licença do Jr é o que falta pra deslanchar. Estávamos esperando há muito tempo isso. Agora tá nas mãos do Jr. Não é factóide, me desculpe.

      • Uma licença requer um projeto. Não há como licenciar empreendimento algum sem um estudo de viabilidade urbanística e posteriormente, o projeto aprovado. Como licenciar algo que não se sabe o que é? A minha pergunta, a qual deixo aos demais forumistas é: Cadê o projeto? Licença pra fazer o quê? Só de instalação no local? Mas instalação pra fazer o quê? Cadê o projeto aprovado?

        • Deuzulivre falar mal desse projeto imaginário… automaticamente nos tornamos esquerdalha retrógrada e nos mandar fumar maconha com os mendigos lá da orla.

          Mas fazer os trâmites quase que ”escondidos”, ter um projeto pífio e nem ideia do dinheiro pra execução é de boa, isso que eu acho curioso.

          • Sim, olha o que o Zé disse!

            Senão tem toda a papelada de cada etapa (Partido Geral, Anteprojeto e Projeto Executivo) que caracteriza um Projeto de Arquitetura (situação, implantação, plantas baixas, cortes, fachadas, detalhamentos e etc) sinto dizer mas… não tem projeto!

            O que tem são renders, muito mal feitos inclusive.
            Nós não podemos fazer um anexo sequer em terreno privado antes de entrar com pedido na SMURB… porque uma intervenção desse tamanho poderia sem nem ter EVU?!

            E nesse tempo todo os caras não foram capazes de apresentar uma implantação sequer! E ainda fecharam o cais com aval sei lá de qual irresponsável.

            Tá tudo errado gente… desde consórcio até o “projeto” e isso não tem nada a ver com ideologia.

        • A pergunta continua. Cadê o projeto? Alguém aí traga a informação do projeto aprovado. Eu nunca vi, e olha que trabalho na SMURB. Como é que um empreendedor vai obter licença pra ocupar um espaço público (mercê do projeto que quer implementar) sem que o ente público que está cedendo a área tenha aprovado o projeto dele? Se isso fosse plausível, o empreendedor poderia ocupar a área ad eternum sem apresentar projeto algum e muito menos executar a obra. Essa notícia não faz o menor sentido.

  8. Só tem de ir e a passos largos por favor, porque já foi perdido muito tempo! Porto Alegre merece ter essa área tão expressiva da sua identidade, toda reformada e preparada para usos qualificados, a fim de receber bem tanto o habitante como o visitante e causar impressões positivas da capital gaúcha.

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