O BRT de Porto Alegre será uma farsa ?

Bus Rapid Transit (BRT) de Porto Alegre. Foto: Ricardo Giusti/PMPA

Estão chegando hoje os novos ônibus articulados comprados pela Prefeitura para operar as linhas de BRT que serão implantadas e também nas atuais linhas com corredores de ônibus que serão reformadas.

Mas, será mesmo implantado um sistema de BRT de verdade  ?

Para ser um BRT legítimo, é necessário haver certas características que, me parece, não haverão no sistema portoalegrense.

Vejamos as principais:

-> piso no mesmo nível da plataforma de embarque, facilitando o embarque, assim como acontece nas plataformas de metrôs;

-> cobrança externa de tarifa e paradas com área coberta para abrigar as pessoas antes de embarcarem com o objetivo de não se formarem filas e consequente demora para embarque;

-> disposição diferenciada de bancos visando maior capacidade de passageiros, similar aos metrôs;

Este novo ônibus que chega é só um ônibus mais bonito por ter design mais arrojado. Difere muito pouco dos ônibus que partem há anos da lateral do Mercado Público no terminal especial para eles e seguem pela sertório e suas estações elevadas, tendo portas em ambos os lados. Além do mais perderam a oportunidade para implantar um ônibus no mínimo hibrido (elétrico/biodiesel), aí sim poderia ser chamado de ônibus do futuro.

Integração tarifária, de horário e de linhas, passagem única cobrada no embarque nas estações , corredores exclusivos e uns veículos com design mais moderno é algo que não é nada extraordinário, pode ser e de certa forma até já vinha gradativamente sendo feito na cidade há anos, e o TRI veio contribuir para isso.

Os ônibus atuais da Carris. Muito similares ao novo ônibus do futuro alardeado pela Prefeitura

Quem não lembra dos ônibus de design arrojado e piso baixo que a Carris já possui há mais de uma década (Caio Millenium) ? Só não são sanfonados. E os referidos ônibus com portas dos dois lados e paradas-estações da Sertório e do Mercado Público.

E mais: para que os ônibus agora se o sistema ainda não foi implantado ? Não seriam construídos os portais da cidade, complexo de terminais onde haverá “baldeação” dos ônibus vindos dos bairros, em direção ao centro ? Onde estão os portais da cidade ? Vão ser implantados ou não ? Este ônibus circularão nos horríveis corredores de ônibus atuais ?

Ninguém, que atualmente utilize seu carro, os trocará por ônibus sanfonados só porque passaram a ter nome em outro idioma, no caso o inglês – BRT (Bus Rapid Transit) e tem o visual mais bonito !

Colaboração para o post dos leitores ‘portofan’, Olavo Ludwig e João.



Categorias:BRT, Meios de Transporte / Trânsito

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44 respostas

  1. A implantação destes BRTs parece-me, ao menos na av, Protásio Alves, apenas uma mera substituíção da pista de rolamento. Além disso, os novos ônibus geram uma demanda comercial que beneficia interesses privados. Não há como melhorar o fluxo de veículos nesta av. uma vez que continuaremos com o mesmo número de cruzamentos e semáforos. Não haverá melhorias entre as av. Manoel Elias e Saturnino de Brito. No cruzamento da av. Protásio com a Antônio de Carvalho, há um estreitamento de pista que afunila todo o trânsito em apenas uma pista. Outra coisa, no ritmo que as obras andam, nem para a copa estará pronta a substituição da pisa pois nem 1 Km de obra ainda está pronta (início das obras Março/2012). Se em 7 meses ainda não foi concluído 1 Km, e precisam de 7 Km… acho que talvez para o Rio 2016.

  2. Boas, continuo dizendo, é muito bom ver tanto interesse, mas ainda tem muitas informações e pouco entendimento. Gostaria que a população de Porto Alegre tivesse o melhor transporte possivel, mas devemos levar em conta as condições gerais de nossa cidade, largura de ruas, distancias, transito etc… desta forma podemos ver que as intervenções possiveis são limitadas. Nossa cidade não tem as mesmas oportunidades que Curitiba teve a anos atraz, nos dias de hoje Porto Alegre não aceitaria mais obras muito radicais o sofrimento e o custo para seus habitantes seria insuportavel. Devemos ser racionais e ao mesmo tempo criticos em saber o realmente tem que ser melhorado, posso afirmar que falando dos onibus a cidade tem uma frota bastante nova e cuidada, a operação esta no limete da tecnologia disponivel, precisamos sim de corredores, viadutos nos principais cruzamentos. O ponto que mais me constrange na verdade é o vandalismo e este pouco se fala, estações pichadas, vidros quebrados onibus apedrejados etc… para ser melhor o transporte até isso devemos falar e resolver. Falando em P7 quero informar que estes motores estão em uso para teste no Brasil e entram em operação em janeiro do proximo ano conforme preve a lei federal, o DIESEL USADO HOJE é o S50 DE BAIXO TEOR DE ENXOFRE , e em janeiro a Petrobras vai começar a distribuir o S10 , o Diesel hoje tem 5% DE BIODISEL conforme preve norma da ANP.

  3. Sem entrar no lado defensivo da prefeitura, muito pelo contrário. Isso que apresentaram em nada representa o BRT legítimo. Ocorre que esse modelo (ou base de modelos) é chamado pela empresa de MEGA BRT. Não é um batismo da cidade de Porto Alegre. E essa base server a vários modelos: (A) não articulado, (B) BRT não articulado (ligeirinho), (C) articulados, (D) BRT articulado, (E) biarticulado e (F) BRT biarticulado. Todos com a mesma cara. As diferenças estão no (1) comprimento, (2) altura do piso e (3) posição das portas.

    Torço que o verdadeiro BRT chegue a capital, embora nosso prefeito seja contra esse tipo de transporte.

  4. Os Portais da cidade são uma ilusão, as pessoas terão que pegar um onibus no centro e depois de estarem sentadas terão de trocar de ônibus, isso ja aconteceu na década de 80, com os antigos terminais Antonio de Carvalho e Tenente Alpoim e eu sofri na pele com essas baldiações, não são nada agradaveis nem muito menos práticas, a prefeitura deveria pensar melhor e consultar a população.

  5. Porto Alegre poderia seguir esse exemplo de Brasília:
    http://www.vlt.df.gov.br/045/04505003.asp

    Melhor ainda que BRT’s, os VLT’s são mais bonitos e elétricos!

  6. Bom ver tanto interesse, mas cabe comentar que estamos apenas em testes operacionais, para aperfeiçoar o modelo definitivo a ser implantado no futuro. No proximo ano passa a vigorar uma norma ambiental chamada PROCONVE P7, esta dará uma redução drastica nas emissões, (Vale a leitura) ou seja todos os futuros onibus de nossa cidade que forem usados no BRT já serão deste novo padrão, porem é recomendavel conhecer as novas tecnologias que podem ser aplicadas em nossos corredores para aumentar a velocidade comercial a ponto de transformarlos em sistemas de transportes ainda mais modernos sem grandes custos nem transtornos para nossa cidade, pois o que realmente interessa é melhorar de forma definitiva e não apenas nos dias da COPA 2014, a população deve ter sim o melhor transporte publico possivel mas, ainda estamos carentes de infra estrutura urbana, tomara que tenhamos obras suficientes para todos os bairros, melhorando as vias desgastadas e obsoletas que dispomos atualmente.

    • Agora não teria como implementar o P7, devido ao teor de enxofre do diesel nacional. A não ser que se usasse biodiesel ou outro combustível alternativo (mesmo eu não me entusiasmando tanto, até o gás estaria valendo – poderia ser aproveitado até biometano a ser recuperado durante o tratamento de esgoto).

  7. Eu acho esses ônibus da Caio (http://bit.ly/mQH8hV) os mais feios da frota, os da Viale (http://bit.ly/iA5KS9) são os mais bonitos e confortáveis. Quem já andou nesse último deve ter percebido a diferença, ele parece que plana em cima da rua. hahaha

  8. bonito é relativo! ou seja mudança nenhuma, ou talvez para pior!

  9. Só um nome novo pra um transporte que existe a anos em Poa: o ônibus articulado. Falta investimento em infra-estrutura não só em Porto Alegre, mas em todo o Brasil. Pergunto: o que foi feito nesta área nos últimos 25 anos??? Nada. O resultado está aí.

  10. Por falar em transporte, Gilberto:

    Enquanto ainda estamos esperando a licitação para a aquisição dos equipamentos anti-neblina Categoria 2, Curitiba já possui a categoria 2 e está ganhando agora a 3:

    http://www.band.com.br/noticias/cidades/noticia/?id=100000441960

    Eles não mais dividirão conosco os transtornos das manhãs de neblina. Deveríamos adquirir também o ILS – CAT- III.

    • Leia todo o texto! Verás que Curitiba se igualará à Guarulhos, Galeão e Londres e que a Infraero não prevê o CAT III para outros aeroportos, incluindo, ou melhor, excluindo de tal benefício, POA na lista dos preTeridos. PreFeridos, só GRU, GIG e CWB (Curitiba).

  11. Com certeza, Jéclecler. É que o T11 já existe há anos, então não pode ser usado como fator novidade nas eleiçoes municipais do ano que vem, por isso precisam maquiar as coisas e renomeá-las, para parecer que estão fazendo algo e de quebra ainda angariarem uns votinhos. Assim a regular reposição/renovação da frota ganhou um novo nome pomposo, como se chamar um ônibus por outro nome mudaria tal condição e o transformaria num inédito, inovador e revolucionário modal de transporte público.

    É o que já dizia aquela velha musiquinha do Chaves, “quando não souber a palavra-chave, Txchuintxchuintxchunclaim”, ou seja, uma palavra nova, que não significa nada, mas serve pra tudo. É o BRT.

    Lula reuniu os programas sociais de FHC (Vale Gás, Bolsa Escola e etc) e juntou, unificando-os, nada mais fazendo do que renomeá-los para Bolsa Família. Reconheço que ele levou para mais pessoas, mas o programa já existia, só foi renomeado. Este é o BRT, um ônibus sanfona renomeado.

  12. Ainda acho que um T11 articulado já faz a mesma coisa na 3ª Perimetral, não?

  13. Colocar nome em inglês é coisa de curitibano. Pra mim isso aí vai ser como um T1 lotado. Nada de diferente, só o nome mesmo.

    Quero só ver um desses na Goethe ou na Ipiranga as 18h. Sim, porque nao tem corredores de ônibus em tudo que é via.

    • Jeclecler, não apenas coisa de “curitibano” colocar nome nas coisas em inglês. Afinal estes termos estão em todos os paises, e é a terminologia técnia usada nos mundo todo. Abra sua mente para a globalização, não seja tão provinciano em pleno século 21. Sou curitibano, e moro aqui em Porto Alegre a alguns anos, é um absurdo ler declarações deste nível.

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